O governo de São Paulo divulgou novas projeções sobre a evolução do coronavírus no Estado para o mês de julho, após terminar junho com 15.030 mortes confirmadas pela doença. Até o próximo dia 31, a previsão é que entre 3.000 e 8.000 pessoas ainda devam morrer por causa da covid-19, fechando o mês entre 18 mil e 23 mil mortes. Já o total de infecções pela doença deve ficar entre 355 mil e 470 mil, segundo informou o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.
Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, mais 321 pessoas morreram por covid-19 no Estado de São Paulo nas últimas 24 horas. O total de mortes no Estado foi para 15.351. Ao todo, há 302.179 pessoas infectadas com a covid-19 no Estado. Nas últimas 24 horas, mais 12.244 pessoas receberam diagnóstico de confirmação da doença.
No mês de junho, a previsão era que as mortes poderiam ficar entre 15 mil e 18 mil. O total de novos casos pela doença seria o recorde de casos, caso o dia 19 de junho não tivesse registrado 19 mil casos, após uma falha de sistemas ter deixado de registrar os casos por três dias.
A apresentação dos dados foi feita em entrevista coletiva. O infectologista Paulo Latufo, da Universidade de São Paulo (USP), convidado para participar do evento, apresentou dados da cidade, citando como fonte a revista Financial Times, dizendo que o total de mortes naturais na cidade cresceu 35% no período da pandemia, na comparação com os anos anteriores.
"Quando temos uma pandemia, temos uma parte da mortalidade que é devido tanto a pessoas com doenças crônicas como também aquelas que não conseguem ter o atendimento. Aqui, nós estamos vendo e pegando março até junho, nós tivemos 40% a mais de mortes no município de SP em relação às mortes naturais. Quando vamos ver o conjunto das mortes naturais, vamos ver que 77% foi devido à covid-19 e o restante por outras causas", disse Latufo.
O secretário executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, comentou os dados dizendo que "essa comparação de óbitos derruba algumas teses que foram consideradas durante a epidemia. O fato de ele mostrar que, independente do que foi colocado no atestado de óbitos, o número de pessoas que faleceu é muito superior do que o dos anos anteriores. Isto derruba a tese criada, de forma muito maldosa, de que os médicos e os gestores poderiam estar fraudando o sistema, colocando diagnóstico de covid onde não existia, para poder inflar os números".