São Paulo já tem mais de 192 mil casos confirmados do novo coronavírus. E esse número pode ser ainda maior. De acordo com balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde, já são 192.628 casos, 1.111 registrados em 24 horas. De acordo com o governo do Estado, o número de casos divulgado nos últimos dois dias vem sendo baixo porque a pasta vem enfrentando problemas na atualização do dados.
Segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, há um problema de atualização no e-SUS. "Temos acionado o Ministério da Saúde para entender porque isso está ocorrendo. Outros estados parece que estão fazendo esse apontamento também e esperamos a estabilidade do sistema, porque dependemos desses números para acompanhar a evolução da doença", disse Germann.
"Esse sistema é fundamental, porque ele traz os casos que não tiveram internação na contabilidade. Sobre óbitos e casos com internação, acessamos pela nossa base de dados", afirmou Patrícia Ellen da Silva, secretária de Desenvolvimento Econômico.
O Estadão tenta contato com o Ministério da Saúde para falar sobre o problema apontado pela Secretaria Estadual da Saúde na plataforma.
Mas o problema seria somente no registro de casos. Sobre as mortes no Estado, São Paulo já tem 11.846 óbitos pela covid-19, 325 mortes registradas em 24 horas. Nesta semana, o Estado teve o recorde de mortes nesta quarta-feira, 17, com 389 óbitos. Em números absolutos, São Paulo continua liderando o ranking nacional de mortes e casos confirmados da doença.
Projeções feitas pelo próprio governo do Estado mostram que São Paulo pode ter até 18 mil mortes e 290 mil casos confirmados até o final de junho.
A taxa de ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo é de 71,3%. E no Estado esse índice é de 67%. Como o Estadão mostrou, a situação no interior do Estado é de sobrecarga no sistema de saúde. Alguns hospitais que são referência no tratamento da doença estão lotados, são obrigados a recusar novas internações e prefeitos já cogitam transferir pacientes para a capital. Algumas das maiores cidades do interior, como Campinas, Sorocaba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, estão com lotação de leitos da covid-19 acima da média - em alguns casos com 100% de lotação.
"Nos preocupa neste momento a situação de Campinas e Sorocaba, com o crescimento agudo na taxa de ocupação de leitos de UTI. Se não tivessemos adicionado respiradores nessas regiões, esse número já teria estourado", afirmou o secretário de Desenvolvimento Regional, Marcos Vinholi. De acordo com Vinholi, Campinas tem 90% dos leitos de UTI ocupados e um crescimento de 104% na taxa de ocupação; Sorocaba teve um aumento de 127% nessa taxa.
As duas regiões estão na fase laranja do Plano São Paulo, que permite a retomada, ainda com restrição, de atividades econômicas, como reabertura de comércios e shoppings centers.
Nesta sexta, o governo do Estado deve divulgar a nova classificação por fases do Plano São Paulo, com avanços ou retrocessos para abertura de atividades econômicas na quarentena nas regiões. O plano é dividido em cinco fases, que vão da restrição máxima, só com funcionamento de serviços essenciais, até a liberação total. Neste momento, o Estado tem apenas regiões nas fases vermelha e laranja, com restrição de atividades e reabertura parcial de apenas alguns setores.