SP projeta 2ª onda, mas médicos dizem que não saímos da 1ª

Segundo especialistas, epidemia no Estado não foi controlada

16 jun 2020 - 05h09
(atualizado às 07h33)

O chefe do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, Carlos Carvalho, afirmou nesta segunda-feira, 15, que a chance de uma segunda onda da doença no Estado "é real" em meio à abertura econômica. O governo espera que São Paulo possa ter até 290 mil infectados com covid-19 no fim de junho. Especialistas, porém, afirmam que o Estado ainda nem saiu da primeira onda da contaminação, uma vez que a epidemia não foi controlada.

Paciente com coronavírus em hospital em São Paulo (SP) 
03/06/2020
REUTERS/Amanda Perobelli
Paciente com coronavírus em hospital em São Paulo (SP) 03/06/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

"O Brasil é o único país que abriu (a economia) com aumento de casos e óbitos. Uma segunda onda só ocorre em países que fizeram um controle de casosª e mortes, o que se verifica depois de duas semanas", afirma Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. Ele também diz que, com a abertura do comércio e as pessoas nas ruas, a tendência é que se repita o que houve em Milão, na Itália, com o governo incentivando a vida normal e o número de casos aumentando.

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Para o infectologista Celso Granato, professor de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os dados no Estado mostram que o número de casos e mortes está estável, mas nem por isso o Estado saiu da primeira onda da Covid-19, já que as ocorrências não mostram tendência de queda. Para ele, os fluxos de abertura em São Paulo têm de ser acompanhados pelos dados diários. "Não sou contra a abertura, mas ela tem de ser civilizada".

O plano de reabertura gradual da economia do governo paulista tem cinco fases, com restrições diferentes para cada região conforme o número de casos e a ocupação local dos leitos de UTI. Nesta semana, a gestão João Doria (PSDB) deu sinal verde para a reabertura da Grande São Paulo e da Baixada Santista, mas retomou o fechamento de parte do comércio no interior, em cidades como Ribeirão Preto e Presidente Prudente.

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