BRASÍLIA - O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), recém-recuperado da covid-19, ofereceu na noite de quinta-feira, 2, um jantar em sua residência oficial, no Lago Sul, em Brasília para o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Segundo fontes, a intenção era dar força ao colega de partido e pedir para ele "tocar o barco" no comando da pasta, apesar dos ataques sofridos dentro do próprio governo.
O presidente da Câmara e vizinho de Alcolumbre, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também participou do encontro. A reunião varou a madrugada e acabou depois da 1h desta sexta-feira.
Horas antes do jantar, Mandetta tinha sofrido ataques frontais do presidente da República, Jair Bolsonaro, que já vinha há dias contrariando publicamente as orientações do auxiliar a respeito da pandemia. O chefe do Executivo disse que falta "humildade" ao ministro e, embora tenha dito que não pretende dispensá-lo "no meio da guerra", ressaltou que ninguém é "indemissível" em seu governo.
"O Mandetta já sabe que a gente está se bicando algum tempo. Eu não pretendo demitir o ministro no meio da guerra. Agora, ele é uma pessoa que em algum momento extrapolou. Eu sempre respeitei todos os ministros, o Mandetta também. Ele montou o ministério de acordo com sua vontade. Eu espero que ele dê conta do recado", disse o presidente em entrevista à Rádio Jovem Pan.
Alcolumbre e Maia aproveitaram o jantar para deixar claro o total apoio e incentivo ao ministro para que ele não peça demissão e continue fazendo o trabalho que tem feito no comando da Saúde.
Ainda na quinta-feira, o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), também saiu em defesa do colega de partido. "Mandetta tem sido um herói no enfrentamento à pandemia. Com suas explicações técnicas, embasadas na ciência, conquistou o respeito e a confiança das famílias brasileiras. Ele tem o apoio total, absoluto e irrestrito do Democratas. O caminho que ele apontar será também o nosso", disse.