A União Europeia (UE) fornecerá mais de 20 bilhões de euros para países da Ásia, da África, da América Latina e dos Bálcãs para combaterem a pandemia do coronavírus, afirmou o principal diplomata da UE nesta quarta-feira, enquanto grupos de ajuda pressionam países ricos a auxiliarem.
Enquanto os líderes do G20, grupo da principais economias do mundo, têm se comprometido a injetar enormes quantias na economia global, instituições de caridade, como Oxfam e Caritas, afirmam que os países mais pobres do mundo também precisam de apoio de emergência.
"A pandemia global só pode ser resolvida globalmente; não será derrotada em lugar algum até que tenha sido derrotada em todos os lugares", disse Josep Borrell, chefe de política externa da UE, após uma videoconferência com os ministros de Relações Exteriores e Desenvolvimento da UE.
A maior parte do dinheiro está sendo realocada de outras áreas, menos urgentes, de esquemas de ajuda externa do bloco no orçamento comum da UE, mas Borrell informou que o Banco Europeu de Investimento, o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, a Comissão Europeia e os governos da UE estão trabalhando juntos para maximizar o financiamento da UE.
Borrell disse que mais de 5 bilhões de euros em empréstimos do Banco Europeu de Investimento estarão disponibilizados mais rapidamente e que nenhum país receberia menos auxílio no desenvolvimento.
"Este é o primeiro passo na direção certa, mas precisa ser complementado com medidas fortes e concretas", disse a secretária-geral da Caritas Europa, Maria Nyman. A Oxfam também solicitou uma ação internacional para fortalecer os sistemas de saúde pública, ao mesmo tempo que torna os testes gratuitos para todos.
Em comunicado separado, a Comissão Europeia disse que o dinheiro será destinado à resposta imediata a emergências, pesquisa médica, equipamentos de saúde e apoio orçamentário de longo prazo.
Borrell também disse que a União Europeia apoiou um pedido, feito nesta semana, pelo auxílio dos governos do G20 ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial para cancelarem o pagamento da dívida para ajudar os países mais pobres do mundo durante a crise.