Cerca de uma de cada 10 pessoas pode ter sido infectada pelo coronavírus, o que deixa a imensa maioria da população mundial vulnerável à Covid-19, a doença que ele causa, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira.
Mike Ryan, principal especialista em emergências da OMS, deu o alerta ao falar à Comissão Executiva da entidade, na qual os Estados Unidos fizeram uma crítica velada à China devido ao que chamaram de "incapacidade" de fornecer informações precisas e oportunas sobre o surto.
Mas Zhang Yang, da Comissão Nacional de Saúde chinesa, disse: "A China sempre foi transparente e responsável no cumprimento de nossas obrigações internacionais", e manteve contatos próximos com todos os níveis da agência das Nações Unidas, acrescentou.
Ryan disse que surtos estão emergindo em parte do sudeste asiático e que casos e mortes estão em ascensão em partes da Europa e na região do Mediterrâneo Oriental.
"Nossas melhores estimativas atuais nos dizem que cerca de 10% da população global pode ter sido infectada por este vírus. Varia dependendo do país, varia entre urbano e rural, varia dependendo do grupo. Mas o que significa de fato é que a imensa maioria do mundo continua em perigo", disse Ryan.
"Agora estamos rumando para um período difícil. A doença continua a se disseminar."
A OMS e outros especialistas têm dito que o vírus, que se acredita ter surgido em um mercado de alimentos na cidade chinesa central de Wuhan no final do ano passado, tem origem animal.
A entidade apresentou uma lista de especialistas a serem incluídos em uma missão internacional com destino à China para investigar a origem, sujeita à análise das autoridades chinesas, disse Ryan, sem dar detalhes.
O secretário-assistente de saúde dos EUA, Brett Giroir, disse ser fundamental que os 194 países-membros da OMS recebam "atualizações frequentes e oportunas, incluindo os termos de referência para esta comissão ou para quaisquer missões de campo, para que possamos todos nos envolver com o processo e ter confiança nos resultados".
Falando em nome da União Europeia, a Alemanha disse que a missão de especialistas deveria ser enviada logo, e a Austrália também apoia uma investigação rápida.