O uso de máscaras de proteção contra o novo coronavírus na Itália pode ter evitado mais de 78 mil infecções entre 6 de abril e 9 de maio, revelou um estudo americano da Universidade da Califórnia, em San Diego, neste sábado (13).
Coordenada pelo prêmio Nobel de química Mario J. Molina, a pesquisa, publicada na revista da Academia Americana de Ciências (Pnas), compara as estratégias de contenção do novo coronavírus implementado no país europeu com as de Nova York e Wuhan, na China, primeiro foco da doença no mundo. A análise mostra que o uso obrigatório da máscara em locais públicos é a ferramenta mais eficaz para impedir a propagação da covid-19.
"A transmissão aérea do vírus é muito agressiva e representa a principal via de disseminação da doença", escrevem os pesquisadores. "Nossa análise revela que a obrigação de proteger o rosto é crucial na formação da curva pandêmica nos três epicentros". Segundo os dados, o uso das máscaras isoladamente reduziu significativamente o número de infecções em mais de 78 mil casos na Itália, entre 6 de abril e 9 de maio, e em mais de 66 mil na cidade de Nova York, entre 17 de abril e 9 de maio". O estudo ainda revela que as outras medidas de mitigação, como o distanciamento social implementado nos Estados Unidos, por si só não são suficientes para proteger a população.
Os especialistas recomendam, portanto, o uso de uma estratégia combinada que forneça não apenas o uso de máscaras, mas também distanciamento social, quarentena e rastreamento de contatos.