Vacina contra covid-19: Reino Unido é 1º país a aprovar imunizante da Pfizer e pode iniciar aplicação em uma semana

Imunizações podem começar dentro de alguns dias para pessoas em grupos prioritários, como idosos e profissionais de saúde.

2 dez 2020 - 05h32
(atualizado às 07h20)
Teste de vacina
Teste de vacina
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O Reino Unido se tornou o primeiro país do mundo a aprovar a vacina contra coronavírus Pfizer/BioNTech para uso generalizado na população.

O órgão regulatório britânico, o MHRA, diz que a vacina, que oferece até 95% de proteção contra a covid-19, é segura para adoção.

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As imunizações podem começar dentro de alguns dias para pessoas em grupos prioritários, como idosos e profissionais de saúde.

Eles receberão os primeiros estoques da vacina. A imunização em massa de todas as pessoas com mais de 50 anos, bem como de pessoas mais jovens com comorbidades, pode acontecer à medida que mais estoques se tornam disponíveis em 2021. Essa vacina é administrada em duas injeções, com 21 dias de intervalo, sendo a segunda dose um reforço.

O Reino Unido já encomendou 40 milhões de doses dessa vacina, o suficiente para vacinar 20 milhões de pessoas.

Cerca de 10 milhões de doses devem estar disponíveis em breve, com as primeiras doses chegando ao Reino Unido nos próximos dias.

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Essa é a vacina mais rápida de todos os tempos a ir do conceito à realidade, levando apenas 10 meses para seguir os mesmos passos de desenvolvimento que normalmente duram uma década.

Embora a vacinação possa começar no país, as pessoas ainda precisam permanecer vigilantes e seguir as regras do coronavírus para impedir a propagação, dizem os especialistas.

Isso significa manter o distanciamento social e as máscaras faciais, testar as pessoas que podem ter o vírus e pedir que se isolem.

(Vale lembrar que a Rússia foi o primeiro país no mundo a registrar uma vacina, a Sputnik V, contra a covid-19, em agosto, ainda com resultados incompletos dos estudos para verificar eficácia e segurança. O país começou a distribuir a vacina em um hospital de Moscou no dia 30/11, mas a análise completa dos estudos ainda não foi publicada em uma revista científica internacional.)

Profissionais de saúde e idosos devem ser os primeiros a receberem as vacinas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Como funciona essa vacina?

A maioria das vacinas que usamos envolve injetar um vírus ou bactéria no nosso corpo para que o sistema imunológico identifique a ameaça e crie formas de nos defender.

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No caso dos vírus, eles podem estar enfraquecidos (sua capacidade de nos deixar doentes foi reduzida a níveis seguros) ou inativados (são incapazes de se reproduzir) — faz parte deste segundo tipo a CoronaVac - em setembro, o governo de São Paulo que testes com 50 mil pessoas demonstraram que a vacina é segura.

Há também as chamadas vacinas de subunidades, em que apenas fragmentos característicos de um vírus, como uma proteína, por exemplo, são produzidos em laboratório e purificados para serem usados na vacina.

A proposta das vacinas gênicas, como essa anunciada pela Pfizer, é diferente. Em vez de injetar em nós um vírus ou parte dele, a ideia é fazer o nosso próprio corpo produzir a proteína do vírus.

gráfico comparativo de 4 vacinas contra covid-19
Foto: BBC News Brasil

Para isso, os cientistas identificam a parte do código genético viral que carrega as instruções para a fabricação dessa proteína e a injetam em nós.

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Uma vez absorvidas por nossas células, ela funciona como um manual de instruções para a produção da proteína do vírus.

A célula fabrica essa proteína e a exibe em sua superfície ou a libera na corrente sanguínea, o que alerta o sistema imune.

Mas qual a vantagem de uma vacina genética?

Em primeiro lugar, elas são muito mais fáceis e rápidas de serem produzidas. As exigências de laboratório e equipamentos são menores em comparação com os imunizantes que temos até o momento.

Gráfico de como é feita a vacina
Foto: BBC News Brasil

O maior ponto negativo por aqui está na necessidade de manter as doses numa temperatura de menos 70°C para evitar que a substância perca seu efeito. Isso pode se tornar um grande empecilho em regiões remotas ou muito quentes.

Em entrevistas recentes, os representantes da Pfizer disseram que estão pensando em soluções e tecnologias para garantir essa temperatura tão baixa, que chega a ser mais fria que o inverno da Antártida.

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Para o Brasil, outro problema seria a disponibilidade desse imunizante no país. Por ora, não há nenhum acerto para compra ou transferência de tecnologia ao país. Mesmo se o governo brasileiro e as duas empresas fecharem um acordo, as primeiras doses só chegariam aqui a partir do primeiro trimestre de 2021, uma vez que outras nações já garantiram os primeiros lotes.

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