O Ministério da Saúde informou neste sábado, 9, que acertou com o Instituto Butantã a compra da totalidade das vacinas contra covid-19 produzidas pelo laboratório e que a vacinação com o imunizante será simultânea em todo o País. Em nota, a pasta afirmou que as doses serão distribuídas em quantidade proporcional à população de cada Estado. Com isso, todos os brasileiros receberão o imunizante contra o coronavírus ao mesmo tempo, de forma gratuita. O Instituto desenvolve a vacina Coronavac, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
O anúncio foi feito um dia depois de o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmar que a aplicação das doses no Estado começará no dia 25, mesmo se o governo federal optar por outra data. O secretário chegou a afirmar que a data poderia ser antecipada. O Instituto Butantan é vinculado ao governo paulista. "Em todas as campanhas vacinais, principalmente da gripe, São Paulo sempre se antecipou ao Programa Nacional de Imunização", afirmou o secretário em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 8.
O documento do Ministério da Saúde não define uma data para o início da vacinação. Nesta semana, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a aplicação poderia começar dia 20, na melhor das hipóteses. O Ministério diz que o acordo foi feito também nesta sexta-feira em reunião com representantes do Instituto Butantã. Com isso, as 100 milhões de doses adquiridas pela pasta serão incorporadas ao Plano de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.
O Ministério disse ainda que todas as vacinas adquiridas ou em negociação, que tenham aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seguirão o mesmo caminho, sendo incorporadas e distribuídas a toda a população, ao mesmo tempo. "Assim, brasileiros de todo o País receberão a vacina simultaneamente, dentro da logística integrada e tripartite, feita pelo Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde", diz o comunicado.
"Os Estados receberão as doses em quantidade proporcional à sua população e farão a distribuição aos 5.570 municípios brasileiros, de forma que todas as salas de vacinação do País recebam as vacinas o mais rápido possível."
Ao Estadão, o Instituto Butantã confirmou a cláusula de exclusividade do contrato firmado com o Governo Federal. Com isso, os 10,8 milhões de doses que o estado possui em estoque não são destinados unicamente à população paulista. De acordo com João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19, cerca de 20% das vacinas vão permanecer em São Paulo. O restante será administrado pelo Ministério da Saúde e distribuído aos outros estados.
Na nota deste sábado, o governo afirmou que a campanha deve começar tão logo os imunizantes recebam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para uso emergencial ou o registro definitivo. Nesta sexta-feira, o Instituto Butantã e a Fiocruz, que produz a vacina de Oxford no Brasil, entraram com pedido de uso emergencial das vacinas na agência reguladora. O resultado deve ser divulgado no prazo máximo de dez dias.