Há exatamente um ano, no dia 23 de janeiro de 2020, a cidade de Wuhan, na China, acordava totalmente isolada do mundo na tentativa de conter a disseminação do novo coronavírus Sars-CoV-2, que veio a se tornar uma das maiores pandemia da história.
Na ocasião, as ruas ficaram desertas, as fronteiras tiveram a segurança reforçada e 11 milhões de habitantes foram impedidos de sair de suas residências durante mais de dois meses. O bloqueio, que logo foi implementado na província de Hubei, serviu de modelo para países de todo o planeta, já que o distanciamento social e o uso de máscara de proteções são as principais recomendações para evitar a Covid-19.
No início da manhã deste sábado (23), no entanto, o território chinês amanheceu diferente: com calçadas lotadas, parques movimentados e engarrafamento de automóveis.
Wuhan foi responsável pela maior parte das 4.635 mortes na China em decorrência do novo coronavírus, número que permaneceu praticamente estático por meses. Atualmente, a cidade está praticamente livre de novos surtos desde que o lockdown foi suspenso em 8 de abril.
Embora os habitantes de Wuhan tenham teoricamente voltado à vida normal, o resto do mundo ainda está lutando contra a Covid-19 e busca respostas sobre onde o vírus foi originado.
Nos últimos dias, autoridades independentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegaram à cidade e estão confinados em quarentena em um hotel antes de iniciarem reuniões para apurar as circunstâncias do surgimento da doença, que foi registrada pela primeira vez na capital da província de Hubei.
A agência da ONU, no entanto, afirma que ainda é cedo para confirmar se o vírus começou ou não na região. "Todas as hipóteses permanecem sobre a mesa", disse o diretor de emergência da OMS, Michael Ryan, em uma entrevista coletiva em Genebra.
"Definitivamente, é muito cedo para se chegar a uma conclusão sobre onde exatamente o vírus começou, dentro ou fora da China", finalizou.
Ontem, porém, o prefeito de Wuhan, Zhou Xianwang, anunciou sua renúncia ao cargo, após críticas sobre falta de transparência e lentidão na divulgação de informações sobre a Covid-19, que já provocou a morte de 2.113.938 de pessoas e 98.451.231 casos em todo o mundo desde o início da pandemia.