Corrente petista quer Lula Livre como prioridade no partido

Integrantes da 'Construindo Um Novo Brasil' encaminham à Executiva Nacional resolução para tornar campanha prioridade absoluta no PT

9 fev 2019 - 09h12
(atualizado às 09h53)

A corrente majoritária do PT, Construindo Um Novo Brasil (CNB), vai encaminhar nesta sábado (9) à Executiva Nacional do partido uma resolução que aponta a campanha "Lula Livre" como prioridade absoluta da legenda para o próximo período. Na quarta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril em Curitiba, foi condenado pela segunda vez pela Lava Jato. Juntas as penas somam 15 anos de prisão.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece na janela do Sindicato dos Metalúrgicos de São bernardo do Campo, no ABC paulista para saudar apoiadores que dormiram em frente ao prédio em manifestação contra sua prisão.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece na janela do Sindicato dos Metalúrgicos de São bernardo do Campo, no ABC paulista para saudar apoiadores que dormiram em frente ao prédio em manifestação contra sua prisão.
Foto: GABRIELA BILÓ / Estadão

Além disso, a CNB vai defender hoje, na reunião da Executiva, que o PT explicite que é um partido de oposição ao governo Jair Bolsonaro. A ideia é marcar diferenças com o PDT de Ciro Gomes, que vai fazer "oposição programática" ao Planalto.

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O desafio do PT é fazer colar o "Lula Livre". Lançada logo depois da prisão do ex-presidente, a campanha não foi capaz de gerar grandes mobilizações, como espera o partido.

"Vamos levar para a Executiva que o PT dê prioridade total à campanha 'Lula Livre'. Nossos quadros vão rodar o Brasil. Fernando Haddad vai rodar o Brasil. Nossos governadores vão se engajar. Vamos articular isso com movimentos sociais, artistas e a sociedade", disse Marcio Macedo, um dos vice-presidentes do PT.

A CNB, da qual fazem parte Lula, Haddad e a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, é a maior corrente interna do PT e detém mais da metade dos cargos do Diretório Nacional da legenda.

Para ampliar o "Lula Livre" a outros setores da esquerda que até agora não se engajaram na campanha o PT pretende vincular a luta contra a prisão de Lula a temas que dizem respeito às liberdades democráticas, retirade de direitos e outros itens da pauta de oposição a Bolsonaro. A ideia do partido é mostrar que a prisão de Lula tem como objetivo final fragilizar a oposição a projetos como as reforma da Previdência, que deve gerar forte debate popular.

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A proibição pela Justiça de que Lula participasse do enterro de seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, morto no dia 29 de janeiro, também será usada como exemplo de que Lula é tratado como exceção.

Eleição direta. A CNB também vai defender que a próxima direção do PT seja eleita por voto direto. O Processo de Eleição Direta (PED) adotado desde 2004 é alvo de críticas de correntes minoritárias que preferem a escolha da direção por meio de delegados e de denúncias de irregularidades que envolvem até o uso de nomes de filiados mortos nas eleições internas do partido.

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