A Polícia Federal enfrenta um recorde de investigações de crimes cibernéticos. Levantamento obtido pela coluna mostra que só no ano passado a PF abriu 845 inquéritos para investigar ataques cibernéticos em todo o país. Foi o período anual com a maior quantidade de inquéritos abertos contra esse tipo de crime.
O ano de 2023 mal começou e já preocupa, porque criminosos digitais já provocaram a abertura de 196 inquéritos até março.
Até o recorde do ano passado, 2019 tinha sido o período anual com o maior número de investigações (749 casos) contra hackers e outros criminosos virtuais.
Ataques cibernéticos crescem com pandemia
Especialistas e empresas de segurança cibernética notaram que aumentou a quantidade de ataques cibernéticos desde o início da pandemia do coronavírus. Cresceram especialmente casos de ransomware, quando criminosos extorquem dinheiro de vítimas após sequestrar dados e/ou equipamentos. Parte desses ataques supostamente se aproveitou de sistemas menos rígidos de segurança enquanto as pessoas trabalhavam de casa nos momentos críticos da pandemia.
No Brasil, o Ministério da Saúde, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) foram algumas das instituições prejudicadas por invasões cibernéticas. Grandes empresas como Toyota, Honda e Fleury também sofreram com ataques de criminosos virtuais durante a pandemia.
No primeiro ano da pandemia, em 2020, a PF abriu 697 inquéritos para enfrentar esse tipo de crime, praticamente o mesmo número de investigações abertas em 2021, quando foram instaurados 700 inquéritos por policiais federais.
A explosão de casos fica evidente se comparada ao número de investigações instauradas em 2012, quando foram abertos só 6 inquéritos. A Divisão de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) foi criada na Polícia Federal em 2003.