A negociação para reeleger o deputado federal Arthur Lira (Progressistas-AL), à presidência da Câmara dos Deputados, terminou de isolar o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus escudeiros no PL.
Bolsonaro já estava escanteado do xadrez político quando abandonou o mandato presidencial e partiu para a Flórida, nos Estados Unidos. Ao ponto de ter negada a mesada prometida pelo PL enquanto não retornasse ao Brasil. Não bastasse isso o ex-presidente virou radioativo para aliados do Centrão depois que ficaram escancarados seus planos golpistas para ficar no poder.
Considerado o principal cabo eleitoral da bancada de 99 deputados federais eleitos pelo PL, Bolsonaro deve assistir a pelo menos 20 correligionários votarem alinhados ao governo Lula na Câmara. Essa é a estimativa conservadora do atual líder da bancada evangélica, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que desistiu de liderar o partido na Câmara para ser candidato a 2o. vice-presidente da mesa diretora na chapa de Lira. O PT ficou com a 1a. secretaria da mesma chapa.
“Tem muito fisiologismo, muito parlamentar municipalista que depende da máquina para fazer seus mandatos. Mas esse número não preocupa. Temos que conviver com isso”, disse Cavalcante à coluna.
Além de renunciar à liderança do PL, Sóstenes também cedeu a candidatura a 1o. vice-presidente na chapa de Lira. Isso porque o partido de Bolsonaro cedeu a vaga para o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), em troca de votos para a candidatura de Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado.