O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, presta esclarecimentos para parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado desde 9h da manhã desta quarta, 19, sobre as supostas mensagens trocadas com procuradores da Operação Lava-Jato quando era juiz da 13ª Vara Criminal do Paraná, responsável pela operação na 1ª instância. Os diálogos foram divulgados pelo site The Intercept.
Durante a audiência, Moro reiterou em vários momentos o discurso que vem adotando desde a publicação das supostas mensagens, dizendo que conversas entre juízes, promotores e advogados são comuns e que não houve nenhuma ilicitude. O ministro também reiterou que não pode confirmar a veracidade de todos os conteúdos vazados.
Confira 10 frases ditas por Sérgio Moro na audiência da CCJ do Senado:
'Eu saio'
"Estou absolutamente convicto das minhas ações como juiz. Se minhas comunicações com quem quer que seja sejam divulgadas, essa correção vai ser observada. Que o site apresente tudo para a sociedade ver se houve alguma incorreção. Se houve irregularidade de minha parte, eu saio. Mas não houve. Eu sempre agi na lei, de maneira imparcial", admitindo que pode deixar o cargo caso seja provada conduta ilegal nos diálogos.
Fantasia
"É uma fantasia. Não sei se vou querer, não sei se Bolsonaro me oferecerá, não está no radar", sobre ser indicado ao STF pelo presidente Jair Bolsonaro, que já confirmou a intenção de convidar o ministro para a vaga em 2020.
'Escândalo do século'
"Se ele diz que tem o maior escândalo do século, divulga tudo, pega o material e entrega para as autoridades", disse sobre o jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site The Intercept.
'Grupo criminoso'
"A minha percepção é que não se trata de uma invasão de amadores, mas de um grupo criminoso que visa prejudicar as investigações, as condenações pretéritas e as instituições de uma forma geral", sobre a suposta invasão hacker de seu celular e dos celulares de procuradores.
Sem medo
"Não estou com medo, não. Dizem: 'Ah, tem muito mais coisa'. Divulguem tudo de uma vez. Daí, a gente analisa, o Senado analisa, as pessoas analisam", sobre ameaças de novas mensagens a serem divulgadas pelo site The Intercept.
Conluio
"Qual é o conluio? Qual é a convergência? O que havia no fundo era muita divergência. Agora, também houve parcial convergência, não quer dizer que eu, absolvendo alguém, tenha conluio com advogado e que, condenado alguém, tenha conluio com o Ministério Público".
'In Fux we trust'
"Posso ter mandado mensagem dizendo que confio em ministro, qual é o problema de ter mandado uma mensagem assim?", sobre a suposta mensagem em que diz "in Fux we trust" (em Fux nós confiamos), em relação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.
Memória
"Querem que eu lembre de mensagens que mandei há dois anos?", disse, voltando a afirmar que as mensagens vazadas podem ter sido parcial ou totalmente adulteradas.
Fernando Henrique Cardoso
"O caso não era meu, nunca passou pelas minhas mãos", sobre uma suposta denúncia que seria feita contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, objeto de uma suposta conversa entre o ex-juiz e Dallagnol.
Projeto
"Espero que toda essa confusão não impacte em relação a esse projeto", em relação à tramitação do projeto anticrime enviado ao Congresso pela pasta comandada por Moro.