De Photoshop a 'golden shower': o Carnaval dos Bolsonaro

Feriado estendido teve 'recados' a opositores e ao Congresso, críticas à imprensa e levantou polêmicas

6 mar 2019 - 09h55
(atualizado às 12h13)

O presidente Jair Bolsonaro e seus filhos Carlos e Eduardo evitaram pular carnaval e aproveitaram para utilizar bastante as redes sociais. O feriado estendido teve 'recados' a opositores e ao Congresso, críticas à imprensa e levantou polêmicas, desde piadas com o suposta edição exagerada de uma foto de Carlos e a publicação de um vídeo obsceno de golden shower por parte do presidente. Relembre:

Presidente Jair Bolsonaro
21/02/2019
REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Jair Bolsonaro 21/02/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Vídeo obsceno

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Na noite de terça, Bolsonaro publicou um vídeo obsceno, que foi sinalizado pelo Twitter como uma publicação "sensível". Os fatos mostrados no vídeo teriam ocorrido durante a passagem de um bloco de carnaval, que ele mesmo considerou não se sentir "confortável em mostrar."

O vídeo mostra um homem urinando na cabeça de outro - prática sexual conhecida como "golden shower". Bolsonaro diz que "temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades". E criticou: "É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro".

Nesta quarta de Cinzas, o presidente da República publicou: "O que é golden shower?". O Twitter não comenta sobre contas específicas. "O Twitter tem regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma, e eventuais violações estão sujeitas às medidas cabíveis", diz a empresa.

Críticas ao carnaval

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Também na terça, Bolsonaro publicou um vídeo em que um cantor rebate críticas feitas por Daniela Mercury e Caetano Veloso na música Proibido o Carnaval. A cantora rebateu. "Se assim desejar, irei com minha esposa, que é também minha empresária, até Brasília para conversar com o senhor sobre o assunto."

'Lava Jato da Educação' e Lei Rouanet

Na segunda, o presidente veio a público falar sobre a 'Lava Jato da Educação', uma ação entre o Ministério da Educação, a Polícia Federal, a Advocacia e a Controladoria-Geral da União que, de acordo com o presidente, já identificou "indícios muito fortes que a máquina está sendo usada para manutenção de algo que não interessa ao Brasil".

"Brasil gasta mais em educação em relação ao PIB que a média de países desenvolvidos", escreveu o presidente. "Em 2003 o MEC gastava cerca de R$30bi em Educação e em 2016, gastando 4 vezes mais, chegando a cerca de R$130 bi, ocupa as últimas posições no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).

Na terça, falou sobre cultura. Relacionou a Lei Rouanet a um "projeto de Poder". "A Lei Rouanet foi usada para cooptar parte dos artistas 'famosos' num projeto de Poder. Em meu Governo, sua utilidade será para artistas em início de carreira. Quanto a possibilidade de receber "renomados" que já se beneficiaram da referida, para discuti-la, não passa de piada."

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Viés socialista

Na terça de carnaval, Bolsonaro atacou os governos petistas. "Tão importante quanto a economia é o resgate de nossa cultura, que foi destruída após décadas de governos com viés socialista. Buscaremos o país da ordem e do progresso. Bom dia a todos!"

Após isso, entrou em rusgas com uma rádio mineira, dizendo que a emissora teria zombado de sua publicação.

Mensagem ao Congresso

O presidente também utilizou o Twitter para mandar um recado para deputados e senadores. Replicou um comentário do juiz federal Marcelo Bretas em que afirma que a polícia "deve usar a força e eventualmente até mesmo matar" em "determinadas circunstâncias", e complementou:

"Palavras minhas: é urgente que o Congresso aprecie matérias para que os agentes de segurança pública ou não, usem da letalidade para defender a população, caso precisem e estejam amparados por lei para que possamos resgatar a paz diante do terror que vivemos em todo Brasil."

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Relação com Carlos Bolsonaro

No domingo, o presidente publicou uma carta em homenagem a seu filho Carlos - envolvido na crise que levou à demissão do ex-secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno. "Querem afastá-lo de mim. Não conseguirão: estando ou não em Brasília continuarei ouvindo suas sugestões, não por ser um filho que criei, mas por ser também alguém que aprendi a admirar e respeitar pelo seu trabalho e dedicação."

Carlos na pescaria com suposto Photoshop

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) publicou uma foto no Instagram que provocou debates nas redes. Na imagem, ele segura um peixe e diz na legenda: "Não direi como peguei, como limpei e como assei", mas que tava sensacional, sabemos".

O debate entre usuários, porém, se deu em função de um suposto uso exagerado de alguma ferramenta de edição de imagens. Na foto, o braço esquerdo de Carlos aparece distorcido, o que chamou a atenção de seus seguidores. "O que aconteceu com seu braço?", indagou uma seguidora.

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Reação aos protestos

Carlos foi ao Twitter demonstrar insatisfação após virem a público notícias sobre protestos contra Bolsonaro durante o carnaval. "Ativistas LJYZ, meia dúzia de piçoulentos fedorentos, rede bobo e os mesmos bandidos que quase transformaram o Brasil numa Venezuela tentam desgastar Bolsonaro desde o primeiro dia de seu governo, mesmo que números e fatos mostrem o contrário. O Brasil é maior que esta escória!"

Abacaxis de Eduardo

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou na terça um vídeo cozinhando com sua esposa e sua mãe ao som da música "Tijolinho por Tijolinho", de Enzo Rabelo com participação de Zé Felipe.

Flávio em silêncio

Investigado no Caso Queiroz, revelado pelo Estado, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidente, não publicou nada no Twitter. No Instagram e no Facebook, replicou a publicação de Bolsonaro sobre o viés socialista dos outros governos.

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