Dieta à base de proteínas de alto valor biológico x dieta hipocalórica padrão

26 jan 2017 - 16h56

Um estudo desenvolvido ao longo de dois anos na Universidade General Hospital Gregorio Marañón (Espanha), recentemente publicado na revista científica Endocrine, constatou que, após 24 meses, com um programa de perda de peso à base de proteínas de alto valor biológico, foi possível perder mais que o dobro de peso, em comparação a uma dieta hipocalórica convencional.

A pesquisa iniciou com 79 participantes e foi concluída com 45 pacientes: 22 na dieta VLCD proteinada, e 23 na dieta de baixas calorias tradicional. A intervenção para ambos os grupos incluiu acompanhamento periódico com médicos e nutricionistas, grupos de discussão e orientação de atividade física, onde recebiam conselhos individuais e mensagens motivadoras.

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Ao final de 24 meses, observou-se que no primeiro grupo, a perda foi de 12,5 Kg contra 5,2 Kg do segundo. Após o mesmo período, mais da metade (54,5%) dos pacientes do primeiro mantiveram a perda de mais de 10% do peso inicial, frente a apenas 13% dos que seguiram a dieta hipocalórica. Além disso, os pacientes do método proteinado apresentaram uma média de IMC - índice de massa corporal - menor que 30, saindo portanto da obesidade, o que não foi conseguido em nenhum momento pelos outros participantes.

O programa proteinado em questão é o Método PronoKal, de origem espanhola, que só pode ser prescrito por médicos, consiste numa dieta de muito baixas calorias, e oferece a quantidade certa de proteína que o corpo precisa. Nele, o paciente entra no estado de cetose, através do qual o corpo usa gordura para obter energia, ocorrendo a perda rápida e eficaz de peso, o que não acontece na dieta convencional.

De acordo com a Dra. Luciana Spina, Mestre e Doutora em Endocrinologia, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e da Sociedade Americana de Endocrinologia, o estudo desmistifica a ideia de que dietas com perda rápida de peso estão associadas ao efeito rebote. "Trata-se do primeiro estudo a nível mundial comparando uma dieta cetogênica a uma dieta hipocalórica padrão por longo prazo", afirma.

Conforme o estudo, com o método não se atingiu a perda de peso só em quantidade, mas também em qualidade, porque houve uma redução 3 vezes maior de gordura visceral, em comparação ao grupo da dieta hipocalórica. "Esta é a gordura localizada na barriga, que é metabolicamente ativa e muito prejudicial à saúde, porque altera o colesterol e colabora para que a pressão arterial suba. Sua redução melhora especialmente o aspecto cardiovascular", explica a médica.

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A médica ressalta que o sucesso da manutenção dos bons resultados do primeiro grupo está associado, não apenas à restrição calórica, mas também a uma reposição vitamínica adequada e a abordagem multidisciplinar que o método oferece. "O programa tem o objetivo de mudar o estilo de vida e melhorar a saúde de maneira global, mas não é indicado a todas as pessoas. É preciso ter indicação para segui-lo", alerta.

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