Dólar dispara 27,3% em 2024 e fecha em R$ 6,18; Ibovespa recua 10%

30 dez 2024 - 19h03

O ano de 2024 foi marcado por uma série de eventos econômicos significativos que influenciaram a cotação do dólar e o desempenho do mercado financeiro brasileiro. O dólar encerrou 2024 cotado a R$ 6,179, representando uma valorização de 27,36% ao longo do ano. Este cenário foi moldado por fatores tanto domésticos quanto internacionais, incluindo a atuação do Banco Central para controlar a volatilidade cambial.

Dólar
Dólar
Foto: depositphotos.com / VadimVasenin / Perfil Brasil

No último pregão do ano, o dólar teve uma leve queda de 0,22% após o Banco Central do Brasil realizar um leilão de venda de dólares, totalizando US$ 1,815 bilhão, em uma tentativa de conter a alta da moeda. Esses leilões, comuns no fim do ano, foram uma estratégia do BC para gerir a pressão sobre o câmbio causada pela retirada de dólares da economia nacional.

Publicidade

A trajetória do dólar e o contexto econômico global

A trajetória do dólar em 2024 não foi isolada do contexto global. A perspectiva de juros elevados mantida pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos influenciou diretamente as decisões de investidores ao redor do mundo. Apesar de cortes menos significativos nas taxas de juros nos EUA, o dólar continuou forte, refletindo uma maior atratividade dos investimentos em ativos denominados na moeda norte-americana. Além disso, fatores políticos, como a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA, também contribuíram para elevar a percepção de risco e incerteza global.

Internamente, o Brasil enfrentou desafios fiscais que impactaram fortemente o mercado. A hesitação em promover um ajuste fiscal estrito e a saída de capitais estrangeiros pressionaram a moeda brasileira. O pacote de contenção de gastos anunciado pelo governo, apesar de aprovado pelo Congresso, não conseguiu acalmar completamente as preocupações do mercado em relação à dívida pública.

Quais foram as consequências para o mercado de ações?

O impacto dos movimentos cambiais também foi sentido no mercado de ações, com o Ibovespa fechando o ano em 120.283,4 pontos, representando uma queda de 10,08% em 2024. Isso retrata um cenário de volatilidade e incerteza, com apenas 18% das ações listadas terminando o ano em alta. Essa situação pode ser atribuída ao cenário econômico desafiador do Brasil, bem como às tensões geopolíticas globais que influenciaram a confiança dos investidores.

Apesar dos desafios, algumas empresas conseguiram se destacar. A Petrobras, por exemplo, alcançou o maior valor de mercado de sua história, ilustrando a resiliência de algumas companhias mesmo em um ambiente econômico adverso.

Publicidade

Olhando para 2025, os especialistas antecipam mais desafios. A inflação nos Estados Unidos e a política monetária do país continuarão sendo fatores críticos para a cotação do dólar. Internamente, o Brasil deverá focar na estabilidade fiscal para conter as pressões sobre o câmbio e os índices inflacionários. O compromisso do governo com medidas de austeridade será fundamental para restaurar a confiança do mercado e atrair investimentos.

Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se