BRASÍLIA - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, rechaçou nesta terça-feira, 23, ataques contra a democracia ao comentar a operação da Polícia Federal contra empresários bolsonaristas que defenderam golpe, em grupos de mensagens, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito em outubro.
"Qualquer pessoa, independente de ser empresário, conhecido ou não, que prega retrocesso democrático, atos institucionais, volta da ditadura, está redondamente equivocada. É um desserviço ao País. É uma traição à Pátria e isso, obviamente, tem que ser rechaçado e repudiado com toda veemência pelas instituições", disse o senador ao chegar à Casa.
Segundo ele, "arroubos precisam ser repudiados", mas não acredita que eles necessariamente gerem riscos à democracia. "A nossa democracia está tão assimilada pelas instituições e pela sociedade, que considero esses arroubos, que precisam ser repudiados, mas eles de fato, não fazem gerar um risco concreto à nossa democracia. São manifestações infelizes que devem ser rechaçadas", disse Pacheco.
Buscas e apreensões foram autorizadas esta manhã pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os alvos estão Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Serra, Meyer Nirgri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raimundo, da Mormai, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu.
Pacheco disse ainda que "obviamente o resultado [das eleições] será respeitado". "O processo eleitoral ocorrerá dentro da normalidade e, obviamente, o resultado será respeitado, conforme afirmou o próprio presidente da República Jair Bolsonaro], que é candidato".
Pacheco foi questionado por jornalistas sobre a entrevista de Bolsonaro ao Jornal Nacional, da TV Globo. Em resposta a um pedido do apresentador William Bonner para que assumisse o compromisso de aceitar o resultado do pleito, o presidente disse que vai respeitar o resultado das eleições, "desde que sejam limpas e transparentes".
Pacheco afirmou que essa avaliação é "subjetiva" e manteve a defesa do processo eletrônico de votação. "Nós temos plena e absoluta segurança de que esse processo de votação vai dar o resultado correto. As eleições, pelo sistema eletrônico de votação, são eleições seguras, confiáveis, já testadas. Não há motivo de desconfiança em relação a isso. Não há justa causa para qualquer tipo de afirmação em sentido contrário".