A Argentina, sob o governo de Javier Milei, precisou adotar uma postura mais pragmática em relação à China, uma mudança que se revelou essencial diante dos desafios econômicos internos.
Milei terá um encontro bilateral com o presidente chinês, Xi Jinping, nesta terça-feira (19), no último dia da Cúpula do G20.
Segundo o g1, em entrevista a um programa de TV no fim de setembro, Milei se referiu à segunda maior economia do mundo como "parceira comercial interessante" e confirmou que irá ao país em janeiro de 2025. Mas antes, durante a campanha eleitoral, o presidente da Argentina chamou os asiáticos de "comunistas" e chegou a dizer que não faria negócios com o país.
Por que a China é importante para a Argentina de Milei?
Milei confirmou que irá visitar a China em 2025, indicativo claro de sua disposição para fortalecer os laços bilaterais. Além de reconhecer a importância do apoio contínuo de Pequim, esta visita também visa negociar novos termos ou extensões para o acordo de swap e explorar oportunidades de investimento em setores estratégicos para a Argentina.
A China ocupa uma posição central nas relações comerciais da Argentina, sendo sua segunda principal parceira. Com exportações em alta, o país asiático tem se mostrado um destino significativo para os produtos argentinos, o que contribui para a melhoria da balança comercial do país sul-americano.
Também o acordo de swap cambial entre ambas as nações possibilita à Argentina o acesso a yuans, aliviando a pressão sobre suas reservas de moeda estrangeira.
Crise econômica argentina e as relações internacionais
A Argentina enfrenta uma crise econômica avassaladora, caracterizada por dívidas elevadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e reservas internacionais limitadas.
Essas condições dificultam o acesso do país a novos créditos internacionais, aumentando a dependência de parceiros comerciais como a China. A renovação do acordo de swap cambial, por exemplo, foi um passo crucial para manter a economia argentina funcional.
Discurso político e pragmatismo econômico: a retórica de Milei
A mudança de tom de Milei em relação à China ilustra sua adaptação pragmática às necessidades econômicas do país. As críticas iniciais deram lugar a uma diplomacia mais calculada, com passos concretos para incentivar o comércio e garantir suporte financeiro chinês.
Esta diplomacia do presidente da Argentina é vista como uma ferramenta para enfrentar a crise econômica e reconstruir a confiança entre investidores internacionais.
🚨AHORA| Argentina se une a la Alianza Global para combatir el hambre y la pobreza con un enfoque de libre mercado. Las políticas socialistas han demostrado asfixiar economías y violar derechos, perpetuando el subdesarrollo. pic.twitter.com/09AD74CMAn
— La Fuerza Del Cielo (@LafuerzadeMilei) November 18, 2024