O líder do PSL da Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro confirmou, nesta terça-feira (12), através de suas redes sociais, a criação do partido Aliança pelo Brasil. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro já havia anunciado, em reunião fechada com parlamentares do PSL, que deixaria a legenda para se filiar à nova sigla.
"Consolidando o novo rumo brasileiro e libertando definitivamente a pátria da destruição de valores cristãos e morais, anunciamos a criação do partido Aliança pelo Brasil. Com base sólida conservadora faremos do tsunami de 2018 uma onda permanente", escreveu Eduardo. "Além de sigla partidária, consolidaremos a verdadeira união com povo, atuando em conjunto para mudar nosso amado Brasil", continuou o deputado.
Colocado na liderança do PSL após o racha do pai com o partido, Eduardo Bolsonaro ainda não acertou sua desfiliação da sigla. O senador Flávio Bolsonaro, por sua vez, já oficializou sua saída da legenda. No entanto, o terceiro filho mais velho do capitão da reserva já falou como integrante da nova legenda e, inclusive, apresentou o logo do partido.
"Este é um momento histórico, onde a maioria silenciosa finalmente terá voz. O grito solitário de Jair Bolsonaro, que tantas vezes ecoou pelo Brasil, agora se torna um movimento consolidado na Aliança pelo Brasil, unindo milhões e milhões de brasileiros pelo bem do nosso país", escreveu Eduardo, que ainda chamou os eleitores para fazer parte da nova legenda. "Então, você, cidadão comum que cansou de desmandos e de ver seu país destruído em todas as esferas, venha conosco", clamou.
A saída do presidente tende a causar uma debandada no PSL, que foi de nanico a segundo maior da Câmara por conta da onda bolsonarista. O presidente pretende criar uma sigla 100% alinhada com suas ideais após os recentes ruídos com o PSL. Outros parlamentares conservadores também serão convidados pelo clã Bolsonaro.
O recente desgaste com lideranças do PSL, como o presidente da sigla Luciano Bivar e os ex-aliados Joice Hasselmann, ex-líder do governo no Congresso e Delegado Waldir, ex-líder do partido na Câmara e Major Olímpio é um dos principais motivos para a saída de Bolsonaro, que também tem se incomodado com as críticas de aliados aos seus filhos. Outro motivo seria o envolvimento da legenda em casos de corrupção, como o "laranjal do PSL". A equipe do governo avalia que Bolsonaro deve se distanciar dos escândalos para não perder mais popularidade.
A disputa interna do PSL veio à tona no dia 8 de outubro. Naquele dia, na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro fez críticas ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE), a um pré-candidato a vereador de Recife. "O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido", prosseguiu. A partir daí, houve uma série de farpas trocadas entre dois grupos que se formaram entre os correligionários.