BRASÍLIA - Relator da indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República (PGR), o senador Eduardo Braga (MDB-AM) defendeu o perfil do escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo e afirmou que os senadores - responsáveis por dar aval ou não ao nome - não querem o que chamam de "ativismo político" no Ministério Público.
O perfil e as declarações de Aras vêm agradando a senadores, inclusive da oposição. Nesta sexta-feira, 13, o subprocurador deve se encontrar com Eduardo Braga no Senado. Além disso, também se reúne com o líder da minoria na Casa, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que diz ter aceitado recebê-lo somente depois das declarações se comprometendo com independência em relação ao presidente Jair Bolsonaro.
"A grande maioria dos senadores é favorável a uma posição que (o procurador) seja rigoroso no combate à corrupção, rigoroso no combate ao crime, mas que não criminalize a política, que não institua um partido político dentro do Ministério Público e muito menos dentro da magistratura", declarou Braga em entrevista coletiva no Senado.
Na quinta, o relator afirmou ao Estadão/Político que seu parecer será favorável à indicação de Bolsonaro para PGR. Nesta sexta-feira, 13, o senador defendeu um perfil para a Procuradoria que, na área ambiental, combata crimes mas também não coloque entraves para o desenvolvimento econômico. "Meio ambiente não é santuário", disse.
Economia
Em busca do apoio de senadores, o subprocurador Augusto Aras, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a Procuradoria-Geral da República (PGR), adotou um discurso de que o órgão precisa estar comprometido com a economia do País, e não apenas com o combate à corrupção.
Em seu périplo por gabinetes no Senado - o subprocurador pretende visitar os 81 -, Aras afirmou na quinta que tem passado a mensagem aos parlamentares. "Eu tenho apenas conversado com os senadores sobre o nosso pensamento acerca de um Ministério Público moderno, capaz de atender às grandes necessidades de um Brasil novo, que exige não somente combate à corrupção, mas também exige o destravamento da economia", disse Aras na quinta, em rara declaração a jornalistas antes de visitar o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) em seu gabinete.