200 mil alunos voltam às escolas estaduais nesta quarta

Número equivale a 5,71% do total de matriculados na rede; secretário estadual da Educação disse estar 'muito satisfeito' e defende que volta às atividades é 'bem socioemocional para crianças'

7 out 2020 - 11h33
(atualizado às 11h50)

Duzentos mil alunos realizam atividades dentro das escolas estaduais nesta quarta-feira - 50 mil na capital -, primeiro dia de retorno às escolas após mais de 200 dias de interrupção das aulas por conta do coronavírus. O número equivale a 5,71% do total de matriculados na rede. A informação é do secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, que nesta manhã visitou a Escola Estadual Thomaz Rodrigues Alckmin, no Itaim Paulista.

No Brasil, 39% das escolas não tem estrutura para lavagem das mãos, segundo estimativa da Unicef
No Brasil, 39% das escolas não tem estrutura para lavagem das mãos, segundo estimativa da Unicef
Foto: Divulgação/ Seduc-Am / Estadão Conteúdo

O governo do Estado é responsável pela educação de 3,5 milhões de alunos, 869 mil deles estão na cidade de São Paulo. Não há ainda balanço das escolas privadas, que também estão autorizadas a abrirem suas dependências para os alunos. Dois milhões de alunos estudam em escolas pagas em todo o Estado. Na rede municipal, apenas uma creche teria condições de receber crianças nesta quarta-feira, 7.

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Rossieli disse estar "muito satisfeito" com o retorno das aulas. "Nós entendemos que deve ser uma prioridade da nossa sociedade o retorno das aulas nas nossas escolas. A gente tem visto pelo mundo afora e é importante que a gente também priorize a volta das atividades pelo bem da saúde mental, pelo bem socioemocional das nossas crianças, dos nossos jovens, segundo alertas inclusive feitos pela Organização Mundial da Saúde", disse.

Retomada das aulas

Na capital paulista, a retomada vai ocorrer de forma gradual, dentro do plano definido pela Prefeitura de São Paulo. O prefeito Bruno Covas (PSDB) só permitiu que escolas públicas e particulares da cidade funcionem com 20% da capacidade e somente para atividades presenciais extracurriculares, como aulas de música, teatro de fantoches e contação de histórias para crianças pequenas e reforço de Português e Matemática a partir do fundamental. A volta das atividades em outubro não pode ser contabilizada como dia letivo e é voluntária para escolas, pais e professores. A partir desta quarta os alunos do ensino superior também estão liberados para reiniciar as aulas regulares.

No restante de São Paulo, em municípios que autorizaram, as escolas estaduais foram abertas em 8 de setembro para esse tipo de atividade extra e permanecerão assim em outubro para estudantes do ensino fundamental. Os alunos de ensino médio e educação de jovens e adultos (EJA) já poderão ter aulas agora em outubro.

A retomada segue regras diferentes de acordo com cada uma das 645 cidades do Estado, já que cada município tem autonomia para definir os protocolos sanitários do retorno. E a adesão a essa retomada depende de cada instituição, que terá autonomia para decidir se abrirá ou não.

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O secretário estadual da educação do Estado de São Paulo também afirmou que tem buscado dialogar com as prefeituras que ainda não retornaram com as aulas. "A gente tem buscado dialogar com as prefeituras, respeitando a autonomia, mas dialogando. Se não pode retornar as aulas, podemos fazer algumas atividades extracurriculares? Temos hoje mais de 200 municípios autorizados, mas também não temos um número grande de municípios que não proibiram. Temos um número grande de municípios que não se manifestaram e a gente está dialogando com eles. Isso para gente é importante, especialmente para aqueles jovens que mais precisam", ressaltou.

Ele inclusive destacou que, assim como nas escolas privadas do Estado, haverá fiscalização nas escolas públicas para ver se estão cumprindo regras de distanciamento e sanitização contra o coronavírus. "Já estamos fazendo, inclusive para a abertura tem que ter a visita das nossas diretorias de ensino. Temos profissionais muito preparados. Todas as nossas escolas estaduais terão um acompanhamento direto, não só para abertura, mas durante todo o processo que durará essa abertura a secretaria estará fazendo esse acompanhamento".

Avaliação sobre o retorno às escolas

Ao Estadão, o secretário Rossieli Soares disse ainda que pretende fazer uma avaliação sobre o que deu certo e o que precisa de ajustes depois desses primeiros dias de retomada das escolas. "A gente tem que primeiro aprender com as próprias escolas, com todas as situações. A gente faz balanços semanais, vai aprendendo, tivemos um balanço bem positivo das atividades de setembro", falou.

Ele também afirmou que até a manhã desta quarta não havia nenhum registro de incidentes nas escolas ou aglomerações. "Ainda é muito cedo, mas o feedback tem sido positivo, de muita alegria, ansiedade sobre o retorno, o que é natural."

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Volta às aulas regulares em 3 de novembro

A volta às aulas, de fato, está prevista na capital para o dia 3 de novembro. O secretário informou que o retorno às aulas continuará sendo adotado o modelo híbrido.

"Teremos aulas presenciais e também teremos aulas à distância, dando sempre o mesmo conteúdo. Se a família opta por permanecer à distância mediado por tecnologia, por exemplo, a gente tem perdido cada vez mais um compromisso da família nesse acompanhamento, incentivo na tratativa com a escola, porque é muito importante. A gente vai buscar o equilíbrio, também buscando respeitar os nossos profissionais", afirmou.

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