A escola de seus filhos precisa ensinar educação financeira

Ensinar a lidar com dinheiro também é papel da escola

26 nov 2024 - 06h09
Resumo
Mais de 40% da população adulta brasileira está endividada, fato que reflete a desigualdade social do país. Educação financeira nas escolas pode ser uma saída para o problema.
Foto: Freepik

Mais de 40% da população adulta brasileira está endividada, de acordo com o Indicador de Inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgado em outubro. E, embora fatores como os juros altos estejam envolvidos nesse cenário, também é verdade que muitas pessoas chegam à idade adulta sem saber ao certo como lidar com o dinheiro de uma maneira saudável, o que pode causar endividamento.

Uma das saídas para esse problema pode ser a oferta de uma educação financeira de qualidade nas escolas brasileiras. Assim, as crianças podem aprender desde cedo conceitos como planejamento, consumo consciente, cidadania, poupança e organização financeira.

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De acordo com a editora de Matemática da Aprende Brasil Educação, Janile Oliveira, as noções passadas durante essas aulas contribuem para que as crianças comecem a ter um senso de responsabilidade e organização desde cedo. 

“Muitas pessoas chegam à idade adulta sem saber como se organizar com o dinheiro, quanto guardar, como guardar ou até como planejar objetivos de longo prazo. Aprender sobre isso na escola ajuda para que isso não aconteça e para que as crianças se tornem adultos mais seguros em relação ao bom uso do dinheiro”, afirma.

Desigualdade deve estimular práticas de educação financeira

Os altos níveis de endividamento dos brasileiros são reflexo de uma realidade nacional: a desigualdade. Boa parte dos endividados não está nessa situação de propósito, mas porque ganha pouco e não consegue organizar as próprias finanças. Em um país como o Brasil, que tem um dos maiores índices de desigualdade social do mundo, esses conhecimentos são ainda mais valiosos. 

“Como temos uma parcela da população que não tem uma renda alta, é fundamental que essas pessoas tenham noções de educação financeira para que consigam otimizar o dinheiro que ganham”, pontua a especialista. 

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Trata-se de trabalhar com a realidade que se apresenta e planejar todos os objetivos para evitar sustos, além da proposta de educar para diminuir o abismo social.

Escola tem papel fundamental

“É muito importante lembrarmos que educação financeira é um assunto muito recente. Então a maior parte das famílias ainda não está preparada para ensinar as crianças a lidar com o dinheiro porque os próprios pais ainda não sabem como fazer isso. Daí o papel fundamental da escola”, destaca Janile. 

Ela lembra que os bons hábitos que começam na infância podem, inclusive, influenciar positivamente a rotina familiar. “Em muitos casos, é a criança que funciona como uma porta de entrada para que a conscientização financeira atinja os pais e responsáveis, porque ela aprende na escola e acaba levando esse conhecimento para casa”, complementa.

(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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