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Academia para alunos e mais: jornalista viraliza com vídeo sobre escola pública na Suíça

O Terra conversou com Bruna Aeppli, brasileira que mora na Suíça desde 2004, para descobrir as diferenças entre o ensino nos dois países

13 jul 2023 - 05h00
(atualizado em 14/7/2023 às 17h12)
Foto: Feifei Cui-Paoluzzo/Getty Images

Quando a jornalista Bruna Aeppli compartilhou, em seu perfil em uma rede social, como é uma escola pública na Suíça, o vídeo logo viralizou. Foram mais de 100 mil curtidas em menos de 15 dias de publicação. A estrutura e principalmente os aparatos tecnológicos chamaram a atenção dos internautas. 

Mas as diferenças vão muito além. O Terra conversou com Bruna, brasileira que mora na Suíça desde 2004, para entender quais são suas percepções sobre a educação pública no País.

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Veja a seguir alguns pontos de destaque.

Estrutura educacional

Enquanto aqui no Brasil todos os estudantes seguem uma mesma trajetória até chegar à universidade, na Suíça os alunos podem escolher qual caminho seguir. Isso ocorre a partir dos 15 anos, depois que todas as crianças fazem o ensino compulsório.

Completada esta fase, os alunos podem escolher se seguem para a educação acadêmica e, ao término, estão aptos a ingressar na universidade. Outra opção é passar para o estudo profissionalizante, similar aos cursos técnicos no Brasil, de onde vão partir direto para o mercado de trabalho.

Bruna explica que aqueles alunos com notas mais baixas são direcionados para o ensino profissionalizante. Com sua vivência enquanto brasileira, ela diz não concordar muito com essa divisão, no entanto, seu marido, que é suíço e professor de alunos do Ensino Secundário de nível II, concorda.

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"Ele é totalmente a favor, porque diz que o pessoal que não gosta de estudar e que não nasceu para estudar não vai prestar manter o ritmo acelerado", explica.

O ensino profissionalizante deu tão certo no País que até mesmo parte dos alunos que possuem notas para prosseguir no ensino acadêmico escolhem pelo técnico. Segundo uma reportagem da BBC News, cerca de dois terços dos estudantes optam pelo ensino profissionalizante quando terminam o ensino básico.

Infraestrutura tecnológica

No vídeo publicado por Bruna, a infraestrutura do colégio chamou a atenção: a unidade conta até com uma academia aberta para alunos e professores. Ela explica, porém, que não são todas as unidades de ensino que são aparadas assim. A que ela mostrou, por exemplo, foi uma em que o marido dá aula, e atende a alunos do Ensino Secundário de nível II, ou seja, aqueles que pretendem seguir para a graduação.

Bruna diz que, na cidade onde mora, existe apenas um colégio do tipo.

"É um colégio de elite, mas não uma elite de dinheiro, é uma elite intelectual que vai para uma linha de estudos específica", afirma.

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Educação infantil

Por outro lado, no caso das crianças menores, Bruna diz que é comum existir várias pequenas escolas espalhadas pela cidade. Ela afirma que o intuito da educação infantil é estimular a independência dos pequenos. Por isso, é comum ver crianças já nos primeiros anos de escola indo sozinhas para a unidade, que costuma ficar no mesmo bairro onde mora.

Mãe de dois filhos adolescentes, Bruna se lembra como achou diferente os estímulos a eles quando ainda eram bem pequenos.

"Como mãe, o que eu noto é que a Suíça, principalmente no começo do ensino fundamental, foca mais no desenvolvimento psicomotor da criança. Por exemplo, eles têm aula, já na primeira série, de costura, de marcenaria. Então, você vê uma criança pequena com 4, 6 anos de idade no Jardim da Infância cortando com tesoura grande. Coisa que eu quando eu vi a primeira vez fiquei chocada", relembra.

A jornalista Bruna Aeppli mora na Suíça desde 2004
Foto: Pat Carvalho

E o mercado de trabalho?

Para nós, brasileiros, uma dúvida comum é se os estudantes formados no estudo profissionalizante terão as mesmas oportunidades e qualidade de vida daqueles formados no ensino acadêmico. Bruna afirma que as chances de sucesso são muito parecidas, e dados estatísticos reforçam essa percepção.

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que produz o Índice para uma Vida Melhor e analisa a qualidade de vida nos países do mundo, 80% das pessoas entre 15 e 64 anos de idade da Suíça estão empregadas. No Brasil, esse percentual não chega a 60%.

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A jornalista Bruna Aeppli considera que mesmo havendo a diferença no tipo de ensino que o aluno vai seguir, o País não discrimina essas formações. Ela exemplifica que, caso uma pessoa formada no ensino técnico ganhe 6 mil euros, aquela formada na universidade deve ganhar cerca de 10 mil euros -- o equivalente a R$ 32,2 mil e R$ 53,6 mil, respectivamente.

"É muita diferença, né? Que é quase o dobro. Mas não é aquela aquela diferença salarial que é no Brasil. Em que boa parte da população ganha dois salários mínimos e uma pessoa classe média ganha dez salários mínimos", acrescenta.

Fonte: Redação Terra
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