Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) protestaram nesta segunda-feira em frente à reitoria da instituição, no Campus Butantan, na zona leste, contra a falta de aulas no local, interditado pela Justiça desde 9 de janeiro devido à contaminação do solo. Em dezembro de 2013, as aulas já haviam sido suspensas por causa de uma infestação de piolhos de pombo.

Os alunos se concentraram em frente ao prédio da reitoria e saíram em passeata pelo campus. Portando faixas e cartazes, os estudantes – parte deles usando máscaras cirúrgicas – gritavam palavras de ordem pedindo o início das aulas.

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"Neste ano, já teremos um calendário corrido, com a Copa do Mundo e os demais feriados. Provavelmente, não conseguiremos completar o cronograma escolar", disse Laís Tigre, aluna do curso de têxtil e moda.

A unidade, que tem cerca de 6 mil alunos e 270 docentes, foi interditada após a Justiça considerar que a continuidade das atividades representava riscos para a integridade física dos alunos e funcionários. O terreno onde funciona a Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP Leste foi usado como depósito de dejetos resultantes da dragagem do Rio Tietê. Além de parte da área estar contaminada por substâncias tóxicas, existe acúmulo de gás metano no subsolo.

"Falta compromisso da reitoria. Não sabemos quando e onde vão ocorrer as aulas. Eu já não acredito que vamos ter aula neste semestre", lamentou o estudante de gestão de políticas públicas Marcelo Fernandes.

A assessoria de imprensa da USP informou que a universidade não se manifestaria hoje. A última nota à imprensa da instituição, divulgada no dia 28 de fevereiro, abordava a "impossibilidade de se encontrar um espaço físico adequado para abrigar as atividades didáticas desenvolvidas na USP Leste" e informava, que, por isso, o início das aulas de graduação e de pós-graduação na USP Leste seria adiado para o dia 24 de março.

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O texto destacou também as medidas adotadas para adequação ambiental da área da USP Leste, como a contratação e o início efetivo da instalação de dez bombas fixas para a extração de gases do subsolo das edificações, o encaminhamento para a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) dos resultados da análise de risco à saúde humana do solo e água subterrânea e o isolamento e revestimento com grama das áreas onde foram depositadas as terras não certificadas.

Agência Brasil
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