Um grupo de manifestantes entrou em confronto na tarde desta quinta-feira com policiais militares na frente do Palácio dos Bandeirantes onde funciona a sede do Governo do Estado de São Paulo. No local, professores e estudantes protestavam contra mudanças estruturais no sistema de ensino estadual.
Mascarados e vestindo roupas pretas, os vândalos depredaram a entrada para o palácio, chutaram portões e tentaram forçar a entrada com madeiras. Os manifestantes atiraram rojões e outros objetos contra os policiais que estavam do lado de dentro dos portões, que revidaram com bombas de efeito moral.
Manifestação começou pacífica
Um grupo de alunos e professores iniciou, por volta das 10h, uma caminhada no Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste da capital, em protesto contra a reforma estrutural no ensino estadual. A Secretaria da Educação pretende implantar, no início de 2016, escolas com um dos três ciclos do ensino básico (anos iniciais – do 1º ao 5º e finais – do 6º ao 9º), do ensino fundamental e médio. Hoje, muitas escolas têm os três ciclos juntos. Com essa medida, unidades com baixa demanda devem ser fechadas.
Os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Faria Lima, Marginal Pinheiros (foi interditada uma pista) e seguiram em direção ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no Morumbi. A marcha, de cerca de 5 quilômetros, ocorreu ao som de baterias improvisadas em latas de óleo, de tamborins e outros instrumentos musicais.
O vice-presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), Tiago Cesar dos Santos, 18 anos, justificou o ato como uma forma de protestar contra a reorganização do ensino e a política de corte de professores. “A realidade que temos é uma escola sucateada, superlotada, que parece um cárcere, com falta de professores. Com essa política, está previsto o fechamento de mais de mil escolas”. Além disso, ele lembrou que mais de 20 mil professores estão correndo o risco de ser demitidos, entre outros funcionários.
O professor afastado Caio Desorce disse que “o governador declarou guerra à educação pública. Mas o que a gente precisa é de mais verba, mas escolas, de menos alunos por sala de aula”.
O grupo espera ser recebido por um porta-voz do Palácio dos Bandeirantes.