Na madrugada de hoje (12), um grupo de alunos da Escola Estadual Salvador Allende, no bairro José Bonifácio, região de Itaquera, no extremo da zona leste da capital paulista, ocupou as dependências da instituição de ensino. É a segunda ocupação de escolas na capital, nesta semana, em protesto contra a reorganização das instituições de ensino proposta pela Secretaria Estadual de Educação. Desde o início da manhã de terça-feira (10), um grupo com 15 estudantes ocupou a Escola Estadual Fernão Dias Paes, localizada na Rua Pedroso de Moraes, em Pinheiros, na zona oeste.
O projeto da secretaria, que será implantando no início de 2016, prevê o fechamento de 94 escolas e a transferência de cerca de 311 mil estudantes para escolas da região onde moram. O objetivo, segundo a secretaria, é segmentar as escolas em três grupos (anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio), conforme o ciclo escolar. A Salvador Allende é uma das escolas com fechamento previsto no plano de reorganização.
A dirigente de ensino da região centro-oeste, Rosangela Valin,Valin, disse ontem (11), em entrevista à Agência Brasil, que os alunos ocuparam a escola, em Pinheiros, por volta das 6h30 da manhã de terça-feira. “Eles colocaram cadeados no portão e não deixaram nenhum funcionário administrativo ou professor entrar”, informou. Ela disse ainda que 15 alunos permanecem dentro da instituição de ensino.
No caso da escola Fernão Dias, a dirigente de ensino declarou que 292 dos 1.906 alunos serão transferidos no próximo ano, porque a unidade, que atende estudantes do 2º ciclo (6º ao 9º ano) e do ensino médio, vai priorizar o ciclo que tem mais demanda. “A escola tem ociosidade de 29% e, com a mudança, além dos atuais 1.694 estudantes do ensino médio, poderá receber mais alunos desse ciclo. Passará a oferecer mais salas de aulas para essa demanda”, disse a dirigente.
Desde o início do mês passado, quando a proposta da Secretaria de Educação do Estado foi comunicada aos diretores escolares, vários protestos ocorreram no estado. No dia 26 de outubro, a Secretaria de Educação confirmou que 94 escolas serão fechadas em função do processo de reorganização.
Na terça-feira, mais um protesto contra a reorganização ocorreu na capital paulista. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial no Estado de São Paulo (Apeoesp), pela Central de Movimentos Populares (CMP) e pela União dos Movimentos de Moradia (UMM), entidades que compõem o Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo. Com o ato, a Avenida Morumbi foi interditada por cerca de três horas, em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.