Aniversário de Brasília, 64 anos: conheça mais sobre a cultura da capital

No aniversário da Capital Federal, veja o que um dos músicos mais proeminentes de Brasília, Hamilton de Holanda, têm a dizer sobre a cena musical da cidade

21 abr 2024 - 06h52

O Aniversário de Brasília é hoje, dia 21 de abril, são 64 anos desde a fundação da cidade. Culturas de todos os cantos do país se encontram e se misturam na Capital Federal, enriquecendo a cena musical, gastronômica e artística da região. 

Um dos símbolos deste caldeirão cultural, é o ritmo do chorinho que toca pelos bares e ruas da cidade. A história de Brasília é intrinsecamente ligada ao choro, desde o seu início. Ainda nos anos de ferro da Ditadura Militar, Jacob do Bandolim morou um breve período na cidade e impulsionou o renascimento do chorinho no país.

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Jacob do Bandolim (na ponta esquerda) no Cube do Choro.
Jacob do Bandolim (na ponta esquerda) no Cube do Choro.
Foto: Wikicommons / Brasil Escola

Desde então, muitos músicos surgiram na cidade, dentre eles um expoente do Choro, Hamilton de Holanda, que é um dos fundadores da primeira Escola de Choro no mundo e idealizador do bandolim de 10 cordas. Conversamos com ele, no aniversário de Brasília, para aprender mais sobre a relação do Chorinho com a Capital, veja o que descobrimos!

Aniversário de Brasília: a marca cultural do choro

Perguntamos ao artista porque o choro se tornou uma marca cultural de Brasília. Ele explica que o chorinho é um ritmo que transcende o tempo e as mudanças urbanas, ao mesmo tempo que mantêm a tradição da Música Brasileira viva. 

Hamilton também conta que o presidente Juscelino Kubitschek era um entusiasta do ritmo e incentivou muitos músicos e agentes culturais a se mudarem para Brasília. O bandolinista diz: 

Os músicos que foram pra capital plantaram uma semente do Choro que foi regada e continua dando frutos desde então. A presença de um Clube do Choro desde a década de 70, da Escola de Choro, desde a década de 90, também contribuem muito.

A própria população tem consciência da importância histórica do Choro e prestigia os eventos, rodas, encontros, etc. Tem um evento bombando atualmente que continua essa história, que é o Choro no Eixo. Enfim, Brasília pode ser considerada uma cidade que ama e cuida do Choro.

Hamilton de Holanda recebendo o troféu de melhor solista no 26º prêmio da música brasileira.
Foto: Wikicommons / Brasil Escola

Influência de Brasília nos músicos

Brasília é uma cidade com características arquitetônicas e urbanísticas únicas, que valorizam seu horizonte e o pôr do sol avermelhado, típico do cerrado. Outra característica marcante de Brasília é a desigualdade social, com o isolamento das regiões mais carentes do centro administrativo da cidade.

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Perguntamos a Hamilton de Holanda como essas marcas da cidade aparecem nas músicas feitas pelos moradores da capital. Ele afirma que Brasília é um retrato do Brasil, e que:

A dualidade entre as características únicas e a desigualdade social, em Brasília, certamente impacta os músicos que vivem na cidade

O artista diz que essas realidades moldam as experiências e inspiram a produção de arte. Representando assim, os desafios e a beleza da capital e do Brasil.

Vista do Planalto Central.
Foto: Wikicommons / Brasil Escola

Futuro musical de Brasília

Também questionamos o bandolinista sobre as suas expectativas para o futuro da cena musical em Brasília. Ele demonstra uma perspectiva otimista, exalta a diversidade e a potência que há, em Brasília, para inovar e valorizar às raízes culturais da região e do País.

Hamilton declara que Brasília sempre será um celeiro de talentos, pois, esta é a vocação da capital, desde a sua fundação. Ele explica:

A convivência de gente de todo o Brasil - também de vários lugares do planeta, propicia o aparecimento de artistas inventivos e inquietos. Sempre vai ser assim.

Candangos comemorando o Dia do Trabalho, em 1959.
Foto: Arquivo Público / Distrito Federal / Brasil Escola

Influências musicais em Brasília

Hamilton diz que sente uma variedade grande de influências na cena musical da Capital Federal. Ele cita a cultura nordestina, do estado de Goiás e da região Sudeste.

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Em relação aos ritmos, Hamilton fala do rock brasiliense que está sempre gerando bons nomes e também cita o HipHop e o Rap, que têm crescido nos últimos anos. Por fim, o músico diz:

Essa diversidade cultural se reflete na riqueza e na originalidade da música produzida na cidade. Acho que sempre vai ter espaço para os mais variados estilos e culturas.

Por Tiago Vechi

Jornalista

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