O sistema educacional brasileiro ainda enfrenta dificuldades na formação de alunos. Aprendizado insuficiente e atraso na conclusão do ensino médio são problemas comuns no País, segundo dados revelados pelo Índice de Inclusão Educacional (IIE), publicado pelo Instituto Natura.
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De acordo com o levantamento feito com números de 2019, apenas 19% dos alunos concluíram o ensino médio com conhecimento suficiente e, no máximo, um ano de atraso em relação ao recomendado. De maneira um pouco mais clara, isso representa quase 2 de cada 10 estudantes.
Para elaborar o estudo, a pesquisa trabalhou com dados do Sistema de Avaliação de Educação Básica (Saeb) para analisar o nível de conhecimento dos alunos. Realizado por meio de testes e questionários, o exame é aplicado a cada dois anos na rede pública e em uma amostra de instituições privadas.
Com essa base, considerou-se proficiente aqueles estudantes que concluíram a etapa com pontuação em leitura e matemática acima de 300 pontos, avaliação mínima para o aprendizado básico.
Além do Saeb, dados do Censo Escolar e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) foram utilizados para compreender informações dos alunos e a proporção de indivíduos da geração que se encontram fora da escola, respectivamente.
Apesar de assustar, a taxa representa um aumento em comparação aos dados de anos anteriores apresentados pelo estudo. Em 2017, por exemplo, o IIE foi de 13.6%. Anteriormente, 2015 teve 9.6% dentro dos índices e 2013, 13.8%.
Diferentemente de outros levantamentos, também é importante entender que este índice trabalha com alunos de toda uma geração, e não apenas os de determinada série escolar. Para definir a geração, consideraram-se todos os nascidos entre o dia 1 de janeiro e 31 de dezembro de determinado ano. Assim, os que completaram 17 anos no ano de conclusão do ensino médio são considerados “em linha”. Até os 18, considerando um ano de atraso, também é visto como dentro do prazo.
IIE por Estado
Outro índice preocupante da pesquisa é a desigualdade da formação entre Estados. Com o melhor resultado, São Paulo teve 27% dos alunos concluindo o ensino médio dentro dos indicativos. Amapá, por outro lado, apresentou o pior desempenho com 6.5%.
- Rondônia: 12.1%
- Acre: 9.2%
- Amazonas: 7.7%
- Roraima: 8.3%
- Pará: 8.4%
- Amapá: 6.5%
- Tocantins: 11.8%
- Maranhão: 8.9%
- Piauí: 15.2%
- Ceará: 21.2%
- Rio Grande do Norte: 15.5%
- Paraíba: 15.9%
- Pernambuco: 19.3%
- Alagoas: 11.9%
- Sergipe: 13.1%
- Bahia: 7.9%
- Minas Gerais: 22%
- Espírito Santo: 24.6%
- Rio de Janeiro: 18.1%
- São Paulo: 27%
- Paraná: 24.7%
- Santa Catarina: 17.4%
- Rio Grande do Sul: 17.6%
- Mato Grosso do Sul: 16.8%
- Mato Grosso: 13,4%
- Goiás: 25.8%
- Distrito Federal: 26%
Como é possível notar, a região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo) apresenta os melhores índices. Em contrapartida, o Norte (Rondônia, Roraima, Acre, Amazonas, Pará, Amapá e Tocantins) tem os números mais preocupantes.
Outras fases do ensino
Além de dados do ensino médio, o estudo apresentou números de anos iniciais e finais do fundamental. Nestes casos, a evolução também foi notada, porém, com números um pouco mais animadores.
Para anos iniciais do ensino fundamental, o IIE mostrado foi de 37% dos alunos dentro das taxas em 2013 e 52,4% em 2019, primeiro e último ano apresentados na pesquisa. No intervalo, 2015 mostrou 43,2% e 2019 com 52,4%.
Na sequência, os anos finais do fundamental tiveram uma alteração de 14,9% em 2013 para 24,7% em 2019. Entre as datas, 2015 teve taxa de 16,9% e 2017 mostrou 21,3%.