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Arqueologia: do que trata um dos cursos de graduação mais bem avaliados no mundo

Apesar da relevância do curso, a profissão de arqueólogo só foi regulamentada no Brasil em abril de 2018, pela Lei 13.653/2018

22 mai 2024 - 05h00
A Arqueologia se dedica à análise de vestígios materiais da presença humana, abarcando desde artefatos antigos até aqueles mais recentes
A Arqueologia se dedica à análise de vestígios materiais da presença humana, abarcando desde artefatos antigos até aqueles mais recentes
Foto: MICROGEN IMAGES/SCIENCE PHOTO LIBRARY/GETTY IMAGES

O curso de Arqueologia oferecido pelas instituições de ensino superior brasileiras é um dos melhores do mundo. Ranking elaborado pela QS World 2024 coloca a graduação da Universidade de São Paulo (USP) como a 44ª melhor do mundo, e um dos 22 cursos brasileiros no levantamento. 

Normalmente presente em filmes de aventura e expedições, essa disciplina se concentra no estudo e na interpretação das culturas humanas por meio da análise de vestígios materiais deixados para trás. Os arqueólogos exploram uma ampla gama de campos, desde a pré-história até a era moderna, com métodos científicos para entender como as sociedades antigas viveram, interagiram e evoluíram ao longo do tempo.

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De acordo com o Observatório Juventude, Ciência e Tecnologia, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz, as origens da arqueologia remontam aos povos egípcios e gregos. A palavra "arqueologia", inclusive, vem do grego arkhé, "antes, o que veio primeiro, velho", combinado com logos, "tratado, estudo".

Algumas pessoas confudem a arqueologia e paleontologia, porém, são áreas distintas. O arqueólogo se dedica ao estudo das antigas civilizações, explorando artefatos humanos para compreender as sociedades do passado. Já o paleontólogo investiga fósseis, buscando compreender a história da vida no planeta Terra muito antes da presença humana.

O avanço da arqueologia

A arqueologia se concretizou com o avanço científico e o desenvolvimento de ferramentas mais sofisticadas, que permitiram estabeler técnicas de escavação. Um momento de destaque para esse progresso foi o Iluminismo, quando o filósofo inglês John Aubrey (1626-1697) despontou como um dos pioneiros no campo. Ele não apenas realizou descobertas arqueológicas, mas também foi o primeiro a registrar artefatos do monumento de pedras de Stonehenge, situado no sul da Inglaterra.

Ao longo da trajetória histórica, pesquisadores se lançaram às explorações e escavações para desvendar os segredos do passado de diversas culturas. Essas expedições levaram à descoberta de monumentos arqueológicos emblemáticos, como a cidade de Creta, nas ilhas Gregas; Machu Picchu, no Peru; e as Pirâmides do Egito.

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No Brasil, a arqueologia emergiu junto a outras disciplinas de história natural, ganhando destaque no final do século XIX, época em que o regime republicano já se estabelecia. As culturas indígenas foram as primeiras estudadas por pesquisadores, e até hoje revelam surpresas aos arqueólogos.

Currículo do curso e áreas de trabalho

O currículo de um curso de Arqueologia geralmente abrange uma variedade de disciplinas, como antropologia, história, geologia, biologia e química. Também há aulas mais alinhadas com o dia a dia do trabalho, como:

  • Técnicas de escavação;
  • Análise de artefatos;
  • Datação por radiocarbono;
  • Análise de DNA antigo;
  • Mapeamento geoespacial; e
  • Reconstrução de ambientes passados.

Apesar da relevância da área, a profissão de arqueólogo só foi regulamentada no Brasil em abril de 2018, por meio da Lei 13.653/2018. A legislação estabelece que são reconhecidos como profissionais em arqueologia aqueles que possuam formação em cursos de ensino superior brasileiros reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), ou em cursos estrangeiros de ensino superior, desde que seus títulos sejam validados por instituições brasileiras reconhecidas pelo MEC.

Para serem considerados arqueólogos no Brasil, os profissionais devem atender a pelo menos uma das seguintes qualificações curriculares:

  • Graduação (bacharelado) em Arqueologia -- cursos de antropologia com especialização em arqueologia não são aceitos como qualificação;
  • Mestrado cuja dissertação seja o resultado de pesquisa arqueológica, somado a dois anos de experiência comprovada em atividades relacionadas ao campo profissional da arqueologia;
  • Doutorado cuja tese seja resultado de pesquisa arqueológica, somado a dois anos de experiência comprovada em atividades relacionadas ao campo profissional da arqueologia.

Em termos de áreas de trabalho, os arqueólogos têm uma variedade de opções de carreira. Alguns dos campos em que podem trabalhar incluem:

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  • Pesquisa acadêmica: para condução de pesquisas, publicando artigos e ministrando aulas em universidades e instituições de ensino superior;
  • Trabalho de campo: em escavações arqueológicas, onde realizam pesquisas de campo para descobrir e registrar artefatos e estruturas antigas;
  • Conservação e preservação: quando especializados em conservação e preservação de sítios arqueológicos, garantem que esses locais sejam protegidos e mantenham sua integridade ao longo do tempo;
  • Museus e instituições culturais: neste caso, o trabalho é em museus e instituições culturais, onde ajudam na curadoria de coleções, planejamento de exposições e interpretação de artefatos para o público;
  • Governo e administração: quando trabalham em agências governamentais, atuam com projetos de conservação do patrimônio cultural, elaboração de políticas de preservação e gestão de sítios arqueológicos;
  • Consultoria e arqueologia comercial: arqueólogos também podem trabalhar para empresas de consultoria, realizando avaliações de impacto ambiental e cultural em projetos de desenvolvimento urbano, construção de infraestrutura e exploração de recursos naturais.
Fonte: Redação Terra
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