O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Arnaldo Lima Junior, pediu demissão. Um dos principais auxiliares do ministro da Educação, Abraham Weintraub, ele comunicou nesta quinta-feira o seu desligamento, alegando motivos profissionais.
Em carta, obtida pelo Estadão, o agora ex-secretário diz que nunca deixou de "ousar" ao exercer seu trabalho na pasta e que não fez nada "sozinho". Lima é funcionário de carreira do antigo Ministério do Planejamento, que integra hoje o Ministério da Economia, e vai retornar à sua função anterior.
O secretário deixa o cargo no mesmo dia em que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), subiu o tom das críticas ao ministro Weintraub.
No comunicado em que anuncia a demissão, o ex-secretário afirma ainda que ajudou a criar a ID Estudantil, o Diploma Digital, o Novo Revalida, de validação de diplomas médicos obtidos no exterior, e aperfeiçoar o Fies, o programa de financiamento estudantil.
Lima foi responsável pelo desenho do Future-se, que tem o objetivo de captar recursos privados para as universidades federais e causou polêmica entre os reitores.
Segundo Lima, foram alocados R$ 230 milhões para investimentos em placas fotovoltaicas e para conclusão de obras que estavam paradas ou em andamento nos câmpus das instituições, além de 100% dos recursos previstos na Lei Orçamentária Anual. O secretário ficou nove meses do cargo.
Leia abaixo a íntegra da nota de demissão do secretário de Ensino Superior do MEC:
"Por motivos pessoais, desligo-me da Secretaria de Educação Superior (SESU) para abraçar um novo propósito profissional. Quando assumi a Secretaria, estava ciente da responsabilidade que resultaria desse ato, mas nunca deixei de ousar e nunca fiz nada sozinho. A SESU ajudou a criar a ID Estudantil, o Diploma Digital, o Novo Revalida e aperfeiçoar o Fies. Conseguimos alocar R$ 230 milhões para investimentos em placas fotovoltaicas e para conclusão de obras que estavam paradas ou em andamento nas universidades federais. Conseguimos 100% dos recursos previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA), implementamos cinco novas universidades federais e desenvolvemos o Future-se. Esse programa é o que há de mais inovador na educação brasileira. O envio do Projeto de Lei para o Congresso Nacional encerrará minha missão no glorioso Ministério da Educação. Nesses nove meses, muitos foram os desafios, mas pude contar com o apoio do Ministro Abraham Weintraub, do secretário executivo, Antonio Paulo Vogel de Medeiros, dos demais secretários e colaboradores do MEC e, especialmente, da Família SESU (a Secretaria de Educação Superior). Deixo as portas abertas, o que me traz grande alegria, e me despeço com a certeza do dever cumprido, sabendo que bons frutos serão colhidos das sementes que ajudei a plantar."