Com o terceiro melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) do País, primeira entre as capitais, Florianópolis (SC) tem como um de seus maiores destaques a educação. A cidade alcançou média de 0,8 neste quesito, o que é considerado pela Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) "muito alto". De acordo com o secretário da Educação da cidade, Rodolfo Pinto da Luz, o desempenho é fruto dos investimentos na área.
“Fazemos um trabalho intenso de capacitação. Professores, funcionários, faxineiros e serventes são capacitados e treinados sistematicamente para exercer a função”, disse. “Realizamos concursos periodicamente para substituir os professores que se aposentam e procuramos focar no aprimoramento do pessoal e na melhoria das estruturas físicas de nossas escolas”, emendou.
Ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luz é titular da pasta há quase uma década: exerceu a função durante dois mandatos de Dário Berger (PMDB) e, mesmo sendo candidato a vice-prefeito derrotado em 2010, acabou sendo convidado pelo atual prefeito César Souza Júnior (PSD) para continuar o trabalho.
Segundo o levantamento do Pnud, divulgado na segunda-feira, 93,06% das crianças entre 5 e 6 anos de Florianópolis frequentam a escola. No ensino médio a situação é mais complicada, mas a média ainda é bem superior desempenho geral do País. Na capital de Santa Catarina, 63,42% dos jovens entre 17 e 18 anos concluíram o ensino médio. A média de todo o Brasil é de 41%.
Para se ter uma ideia da evolução, o indicador de educação de Florianópolis era de 0,538 em 1991 e passou para 0,80 em 2010. Os principais avanços aconteceram justamente na inclusão das crianças na escola: há 20 anos, apenas 48% da população entre 5 e 6 anos frequentava as aulas, percentual que saltou para 93%.
Renda e expectativa de vida
A capital de Santa Catarina obteve IDHM de 0,847 em 2010 e ficou na terceira colocação nacional, atrás apenas de São Caetano do Sul e Águas de São Pedro, ambas em São Paulo. O índice significou incremento no IDHM de 24,38% nas últimas duas décadas, o que, apesar dos avanços, é abaixo da média de crescimento nacional (que foi de 47,46%) e até mesmo da média do Estado, que foi de 42%.
O estudo do Pnud ainda mostra outro dado relevante: a renda per capita média dos moradores da cidade de Florianópolis praticamente dobrou um duas décadas: o crescimento foi de 95,03% de 1991 a 2010. A renda média era de R$ 921,95 em 1991. No ano 2000, o índice saltou para R$ 1.383,78 e, em 2010, atingiu R$1.798,12.
Cinco melhores cidades em educação
Posição | Município | IDHM |
1º | Águas de São Pedro (SP) | 0,825 |
2º | São Caetano do Sul (SP) | 0,811 |
3º | Santos (SP) | 0,807 |
4º | Vitória (ES) | 0,805 |
5º | Florianópolis (SC) | 0,800 |
Evolução da educação no Brasil
Apesar das dificuldades, o indicador de educação do IDHM foi o que mais avançou neste últimos vinte anos. Segundo o Pnud, isso se deve, principalmente, ao aumento do fluxo escolar de crianças e jovens - que cresceu 156% nesse período. De 1991 a 2010 a população adulta com ensino fundamental concluído passou de 30,1% para 54,9%. Crianças de 5 a 6 anos frequentando a escola passou de 37,3% para 91,1%. Jovens de 11 a 13 anos nos anos finais do fundamental passou de 36,8% para 84,9%. Jovens de 15 a 17 anos com fundamental completo passou de 20% para 57,2%.
No entanto, 40% dos jovens nesta faixa ainda não têm fundamental completo no Brasil. O percentual de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo passou de 13 para 41%, um grande avanço, mas que evidencia que mais de metade deles ainda não concluíram a educação básica ou estão fora da escola.
O IDHM é o resultado da análise de mais de 180 indicadores socioeconômicos dos censos do IBGE de 1991, 2000 e 2010. O estudo é dividido em três dimensões do desenvolvimento humano: a oportunidade de viver uma vida longa e saudável (longevidade), ter acesso a conhecimento (educação) e ter um padrão de vida que garanta as necessidades básicas (renda). O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.