A compra do material escolar movimenta até 15% da economia nacional e pode comprometer cerca de 33% do 13º salário. Planejamento, pesquisa de preços e compra com antecedência são orientações importantes para economizar.
O fim de ano é uma época de bastante impacto para o orçamento familiar. Para além das festas de Natal e Ano Novo, as pessoas já começam a pensar nas despesas com IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e, para quem têm filhos, a compra de material escolar.
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A compra do material escolar é um evento econômico importante e que costuma movimentar o início de todo ano. Conforme projeção do Ministério da Educação de 2022, a compra nacional desses itens movimenta até 15% da economia.
Outra pesquisa realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), realizadas em 2013 e 2014, aponta que o mês de janeiro pode ser considerado ‘o Natal das Papelarias’, visto que é nesse período que o comércio mais fatura no ano, alcançando 70% de suas vendas anuais.
De acordo com o último levantamento do SEBRAE, a expectativa do setor é que a população gaste cerca de 33% do 13º salário, o equivalente a R$ 34,4 bilhões, com despesas como material escolar, matrículas, fardas, entre outros itens relacionados.
Sabendo disso, o Terra conversou com André Charone, professor universitário com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV-SP, para elencar cinco erros que você não deve cometer na compra do material escolar e cinco ‘dicas de ouro’ para economizar.
5 erros para não cometer na compra do material escolar:
- Comprar material escolar sem lista
Segundo o especialista, o planejamento é essencial. Antes de sair comprando, a orientação é aguardar a lista e estudá-la. "Verifique o que já tem em casa e o que pode ser reaproveitado no ano seguinte", disse.
- Focar compra em uma só loja
Pesquisar preços em diferentes locais é fundamental para ter economia. Às vezes, cadernos, borrachas e tesouras podem ter preços diferentes a depender da região e da cidade. Neste caso, André Charone acredita que a caminhada é válida para economizar algumas dezenas de reais.
- Deixar de comparar marcas
Atualmente, é comum que escolas façam sugestões de marca em relação ao material escolar indicado. Muitas vezes, caso não vá interferir no desenvolvimento de alguma atividade específica, é válido substituir a tal marca por outra similar que desempenhe qualidade igual ou similar. Para isso, é necessário o exercício de pesquisa e comparação de marcas.
- Comprometer o orçamento
O professor universitário André Charone aconselha que o parcelamento pode distribuir o impacto das compras, mas é preciso ficar atento para não prejudicar o orçamento dos meses seguintes. “Sempre prefira parcelamentos sem juros [...] Além disso, a compra no crédito pode trazer milhas, pontos e benefícios”.
- Comprar de última hora
Não há mês específico, o especialista acredita que o momento ideal para realizar a compra do material escolar depende de cada família. Entretanto, deixar para a última hora pode ser menos econômico. “No final do ano há mais opções e promoções que podem ser vantajosas. Comprar com antecedência evita a correria e os preços inflacionados de janeiro. Contudo, é importante planejar para evitar dívidas”.
5 'dicas de ouro’ para economizar na compra do material escolar
Conforme o professor universitário, a forma como os pais e responsáveis conduzem a compra do material escolar pode definir a saúde financeira da família durante todo o ano. Por isso, é importante levar a sério e fazer gastos de forma inteligente. Com base em sua experiência, ele também elencou 5 ‘dicas de ouro’.
- Comprar pela internet
Para o especialista, o advento da web vem para somar, mas é preciso ter cuidados básicos. “Pode ser uma ótima maneira de economizar, especialmente em itens mais caros ou difíceis de encontrar [...] No entanto, é essencial verificar a reputação da loja, o prazo de entrega e as políticas de troca ou devolução. Fique atento às condições de frete – em muitos casos, o custo do envio pode anular os descontos”.
- Comprar no atacado
Comprar no atacado é uma maneira de adquirir algo por valor mais baixo. Ao optar por esta modalidade, a comunicação com um grupo de pais pode ser uma ótima fonte de economia. “De maneira geral, a compra no atacado pode gerar uma economia significativa. Uma estratégia é a de formar grupos junto com outros pais para a aquisição do material escolar, comprando em quantidades maiores e obtendo mais descontos”.
- Troca de materiais entre alunos
Em escolas particulares, os pais são responsáveis pela compra do material didático, como livros e apostilas. A orientação do especialista é que os pais procurem adquirir exemplares que já foram utilizados por alunos do ano seguinte e tentem comprá-los por um preço menor, aliviando assim o orçamento.
- Usar o 13º salário
Usar o 13º salário, recebido entre novembro e dezembro, para a compra do material escolar não é um 'crime financeiro'. André Charone, inclusive, aconselha o uso do dinheiro para isso, mas com cautela. "Pode ser uma boa estratégia. É uma forma de evitar parcelamentos e juros. Mas o 13º também é uma reserva para outras prioridade [...] O ideal é reservar parte para os materiais e economizar no restante”.
- Promoções e material sem personagem
Outra dica é comprar materiais básicos – como lápis, borracha, entre outros – quando estiverem em promoção ao longo do ano, assim pequenos itens não irão pesar no orçamento do ano seguinte. Charone também aconselha evitar material com personagens. “Cadernos, mochilas e estojos de personagens infantis costumam ser mais caros porque os royalties pagos pela propriedade intelectual aumentam os seus custos. Nesse sentido, comprar materiais mais ‘genéricos’ pode trazer uma economia considerável”.