Em um ambiente corporativo, ter apenas o "lado técnico funcionando" talvez não seja o suficiente. As suas emoções podem influenciar diretamente a sua produtividade e determinar se você deseja ou não seguir em uma carreira ou profissão. Por este motivo, é importante estarmos atentos a elas e em como nossa saúde mental está.
De acordo com Andrea Deis, gestora de carreira e especialista em neurociência pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a inteligência emocional é uma competência essencial, não só para a manutenção e permanência dos relacionamentos e da carreira, mas também para existência da saúde da mente.
“Ser inteligente emocionalmente [...] se refere à capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar essas emoções. Quais são as causas, as consequências, e isso faz com que a pessoa consiga entender, influenciar e se relacionar melhor consigo mesmo e com o outro”, explicou Andrea.
Ainda de acordo com a especialista, desenvolver essa capacidade dentro de um ambiente profissional promove relações mais saudáveis. “Vai melhorar a comunicação, aumentar a empatia, vai contribuir para um ambiente mais produtivo e colaborativo”, enumera.
Porém, como perceber que é o momento de buscar o desenvolvimento dessas áreas? Pensando nisso, o Terra buscou a opinião de duas especialistas para citar alguns dos sinais mais identificados e o que fazer depois de encontrá-los.
Sinais de que é preciso trabalhar a inteligência emocional
- Muito estresse e dificuldade em lidar com ele;
- Problemas de comunicação e relacionamento;
- Se sentindo incompreendido, como se o mundo estivesse contra você;
- Confrontos frequentes;
- Sinais físicos como: dores de cabeça, urticárias, suor;
- Reações impulsivas;
- Falta de empatia;
- Explosões de sentimento;
Segundo Tania Fernandes Paes, mentora de carreira e especialista em desenvolvimento pessoal e profissional, ao identificar alguns desses sinais, o profissional pode buscar um mentor na área e, se os sintomas evoluírem, procurar um psicólogo.
“Um mentor habilitado na área pode passar as compreensões da situação e ajudar na reflexão do que está levando a essas emoções e sentimentos. Sempre falo que é importante buscar informações e entender porque, às vezes, as pessoas também se calam [...] ou se sentem insuficientes, mas, na verdade, é alguma emoção e não tem a ver com o externo”, comenta.
“Ninguém chega a um estado de adoecimento de repente. Acredito que as pessoas vão desconsiderando os sinais”, pontuou Andrea. “‘Você quebrou um braço’, é visível. Você vai lá e engessa. Como fazer isso com uma coisa que, muitas vezes, você não enxerga? Muitas vezes, o que eu não enxergo a olhos nus, eu preciso colocar uma lente interna para conseguir enxergar. Mas se eu estiver em um estágio mais avançado, eu não consigo fazer isso sozinho”.
De acordo com a neurocientista, no estágio inicial, é importante buscar autorreflexão, meditação, buscar um hobby ou um desenvolvimento da espiritualidade. Já quando se está em um estado mediano ou avançado, é importante ter um profissional especializado como um psicólogo, psiquiatra ou terapeuta.
“Por isso que perceber os sinais é tão importante. O que eu não percebo, eu não reconheço. Se eu não reconheço, eu não vou querer aprimorar. Então, sempre pratique a autorreflexão e o autoconhecimento”, completou.