O advogado Erasmo Fonseca, de 47 anos, foi a uma ótica para efetuar a troca de uma armação quebrada para o filho, mas no momento em que iria assinar o recibo do produto, se deparou com uma ofensa. No papel, o nome dele constava como "cliente trouxa". Ele chamou a situação de "humilhante", e afirmou que pretende acionar a loja judicialmente. O caso aconteceu em Santos, no litoral de São Paulo.
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Em entrevista ao Terra, Erasmo disse que procurou a ótica para trocar as lentes dos óculos do filho, de 14 anos, que tem astigmatismo. "Eu tinha adquirido aquele óculos lá mesmo, há um tempo atrás, e eu ia comprar completo, com armação, só que meu filho gostava da armação dele. E o vendedor falou: 'Não, nós trocamos só a lente, pode manter a armação, a gente faz isso na hora'. E eu simplesmente aceitei a oferta, fiz a compra, adquiri".
O cliente foi avisado que os óculos estavam prontos no dia 23 de setembro, e no dia seguinte, foi até a loja para fazer a retirada. "Meu filho saiu já com o óculos no rosto. No dia 2 [de outubro], à tarde, meu filho me avisou que chegando em casa a armação tinha quebrado, bem na solda do parafuso, próximo ao parafuso de fixação da lente", conta.
O advogado entendeu que, como o problema ocorreu na semana da troca das lentes, provavelmente a manipulação dos óculos teria causado a rachadura na armação. Sendo assim, acionou o funcionário responsável da loja e comunicou sobre o ocorrido
"Eu fui no dia seguinte, e aí uma colaboradora falou 'não tem garantia, porque o óculos já é antigo'. Eu falei que tudo bem, e que iria procurar a justiça, porque eu estou entendendo que foi a manipulação deles que causou a quebra", explica.
A gerente da loja tentou convencer o cliente de que o óculos havia quebrado por mau uso, mas Erasmo negou. "Ela pegou a própria lente do óculos quebrado e colocou diretamente no óculos sem usar laboratório nem nada. Aí ela falou, 'Eu só vou fazer a limpeza aqui e fazer um documento de entrega'", diz.
Quando foi assinar o recibo dos óculos, Erasmo percebeu que constava "cliente trouxa" no papel. Indignado, ele afirma que não foi grosso com as funcionárias em momento algum, e que apenas exigiu seu direito como consumidor.
"Eu achei que foi extremamente desnecessário da parte dela descrever 'cliente trouxa'. Ela pode até, na cabeça dela, imaginar que eu era trouxa, não tem problema nenhum, porque era dentro do campo das ideias. Mas a partir do momento que ela colocou isso no papel e fez eu assinar esse documento, eu achei isso humilhante, degradante, desnecessário, eu me senti um lixo de pessoa", desabafa.
O advogado tirou uma foto do papel e foi para casa com os óculos. Agora, ele pretende acionar judicialmente a empresa por dano moral. Até o momento, ele afirma que não recebeu qualquer tipo de explicação, e reúne provas sobre o caso.
O Terra entrou em contato com a loja, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.