Com a chegada das festas de final de ano e das férias escolares, o setor de turismo no Brasil é um dos mais aquecidos. Apesar da alta demanda, empresas --como agências de viagens e hotéis-- estão com dificuldade de preencher os postos de trabalho.
Uma das principais razões é a escassez de mão de obra especializada, resultante dos impactos da pandemia. Isso porque, a crise sanitária em 2020 provocou uma redução drástica na demanda por atividades turísticas, gerando demissões em massa e afetando a disponibilidade de profissionais qualificados.
O quadro mudou após o avanço da vacinação. A demanda por viagens voltou a crescer, impulsionando a recontratação de profissionais. No entanto, durante a crise, uma parcela dos profissionais já treinados precisou buscar outras atividades para garantir outra fonta de renda.
Uma das soluções encontradas pelo setor é oferecer treinamentos realizados diretamente pelas empresas que desejam contratar, como é o caso dos hotéis, agências de viagem e operadores de turismo.
Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), apenas as agências de viagens e operadores turísticos totalizaram 63,7 mil empregos formais no Brasil em janeiro de 2020, antes das restrições impostas pela pandemia.
Já no decorrer da crise, esse valor chegou a diminuir para cerca de 40 mil, recuperando-se posteriormente com o avanço da vacinação. Em junho deste ano, o número atingiu 48,7 mil postos formais, representando o total de vagas ativas.
Sinais de recuperação
Apresentando uma melhora no setor, o índice de atividades turísticas, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), demonstrou sinais de recuperação no País desde a segunda metade do ano passado. Contudo, em junho de 2022, ainda estava 2,8% abaixo do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020).
No segmento das agências de viagens, por exemplo, as contratações aumentaram em 131% entre os profissionais com ensino superior completo no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021, conforme o Caged. O crescimento médio foi de 104% para todos os níveis de escolaridade.