Como lidar com o medo de ser demitido? Especialista diz quando é preciso buscar ajuda

A ansiedade gerada pela insegurança do desemprego pode afetar o desempenho no trabalho

5 ago 2024 - 05h00
Medo de ser demitido pode ter ligação com ansiedade, diz especialista
Medo de ser demitido pode ter ligação com ansiedade, diz especialista
Foto: Imagem ilustrativa/Freepik

O clima pesado após demissões no trabalho pode deixar funcionários se sentindo inseguros quanto ao futuro, e ainda gerar ansiedade, afetando até o desempenho no dia a dia. Para lidar com o medo de ser demitido também, é preciso buscar uma base para essa crença e, se possível, corrigir alguns comportamentos.

Quem faz essa sugestão é a doutora em psicologia e diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Rio de Janeiro, Simone Porto Loureiro. Em entrevista ao Terra, ela defende que a primeira coisa a se fazer para combater o medo da demissão é compreender o quanto esse receio está sendo motivado pela realidade.

Publicidade

"Por exemplo, a empresa está passando por um processo de mudança intenso, uma fusão, uma venda, uma reestruturação, enfim, se há fundamentos na realidade para esse receio, o mau resultado do negócio que persiste ao longo do tempo, ou se, de fato, aquilo não tem base, não se sustenta na realidade", enumera.

Além dos exemplos de realidade organizacional, a especialista diz que também é preciso perceber se o funcionário tem sido mal avaliado, ou se não tem entregado os resultados esperados. Essas seriam motivações reais para uma demissão, e exigiriam um "plano B" para a carreira e para lidar com isso.

Psicóloga recomenta buscar por embasamento real para se acreditar que será demitido ou não
Foto: Imagem ilustrativa/Freepik

Caso negativo, se essa possibilidade não for real, o medo pode ser, na verdade, reflexo da ansiedade.

"Aí a gente tem que observar em camadas. Se não tem base na realidade concreta e mais imediata, de onde vem esse receio?", questiona Loureiro.

Publicidade

A ansiedade pode, inclusive, estar presente na vida do funcionário como um todo, e refletindo no medo de ser demitido, por exemplo.

Como controlar a ansiedade?

A ansiedade exagerada devido ao medo de ser demitido pode ser capaz de paralisar o profissional, impedindo de fazer as entregas necessárias e prejudicando a concentração. A dica neste caso é procurar respirar e até relaxar fisicamente, sair daquela situação de maior paralisia, e buscar alternativas.

"Uma atividade física, um processo terapêutico, algo que aponte para uma vida mais saudável em todos os sentidos, inclusive psicológico, de redução da ansiedade, redução do estresse, que vai impactar ali na vida profissional", sugere.

De acordo com Simone Porto Loureiro, uma forma de se proteger desse sentimento é estabelecer um canal de comunnicação direta e segura com os pares e superiores. Estar aberto para receber o retorno de sua performance ajuda, por exemplo, a lidar com a apreensão em um momento de mudança na organização.

"Vai facilitar para que o trabalhador consiga ter uma percepção mais apurada da sua real condição, se ele está realmente distante dessa demissão ou se de fato é uma realidade que pode bater à porta dele a qualquer instante", acrescenta.

Publicidade
Buscar ajuda psicológica pode ser uma saída para lidar com o medo de ser demitido
Foto: Imagem ilustrativa/Freepik

Também cabe procurar auxílio psicológico quando o medo de ser demitido levar o profissional à paralisia, impedindo qualquer ação.

"Quando o sujeito começa a adoecer fisicamente, quando o sofrimento emocional é muito intenso, quando a pessoa fica bloqueada para buscar alternativas para viabilizar a própria vida, no caso profissional que está em jogo, é momento de buscar uma ajuda psicoterápica", afirma.

Fui demitido, e agora?

A instabilidade faz parte da vida e do mundo dos negócios, principalmente. Por isso, é importante estar com a saúde mental em dia para lidar com situações como essa. Caso a demissão se concretize, o medo é uma reação natural, mas, para driblar essa realidade, é fundamental pensar em alternativas e nos recursos disponíveis.

Para a psicóloga, o apoio de outras pessoas pode ser fundamental neste momento.

"É hora de iniciar o plano B, respirar fundo e partir para a ação. Conversar com quem está perto, com a família, pessoas que estão mais envolvidas, na medida do possível, poder compartilhar com elas essa condição e repensar os rumos daquele grupo familiar", orienta.

Fonte: Redação Terra
Fique por dentro das principais notícias de Educação e Carreira
Ativar notificações