Ela se formou em engenharia, mas atua como diretora de felicidade; entenda importância do cargo da moda

Especialistas em ‘CHO’ dizem promover o bem-estar de colaboradores e fazer ambiente de trabalho ser mais produtivo

18 dez 2024 - 05h00
Um CHO precisa ter boas habilidades em comunicação e interesse em desenvolvimento humano
Um CHO precisa ter boas habilidades em comunicação e interesse em desenvolvimento humano
Foto: Imagem ilustrativa/Freepik

O bem-estar dos funcionários tem se tornado cada vez mais importante para o bom funcionamento e rendimento do trabalho em várias empresas. Com isso, o crescimento do cargo de chief happiness officer (CHO), ou diretor de felicidade, se consolidou como uma das apostas do mercado.

O profissional desta área é responsável por garantir um bom ambiente de trabalho, saudável e produtivo, ouvindo as questões dos funcionários. A saúde mental em foco e a melhoria do clima organizacional, valorização e reconhecimento são chave para o trabalho dos especialistas em felicidade corporativa.

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A palavra “felicidade” neste ambiente, no entanto, pode gerar estranheza e até preconceito, segundo Sandra Teschner, certificadora chief happiness officer no Instituto Happiness do Brasil. Isso porque a felicidade é associada a uma ideia superficial de “alegria e diversão”, o que pode ser mal interpretado em ambientes de trabalho mais sérios.

"Existe algo que é muito interessante, que é o fato da palavra felicidade geralmente espantar mais do que atrair. Então muitas vezes a pessoa nos contrata, me chama para fazer um treinamento, fazer um trabalho diagnóstico, e me pede que eu só não cite que o nome disso é felicidade, que a gente chame de inteligência emocional, de programa de gestão em bem-estar, ‘mas por favor não chame de felicidade…’", conta.

O que faz um diretor de felicidade?

"O Chief Happiness Officer (CHO), ele é exatamente o profissional responsável por promover felicidade e bem-estar dos colaboradores dentro das organizações, com base, isso é muito importante, em estratégias fundamentadas na ciência da felicidade, que engloba a psicologia positiva, psicologia organizacional, neuropsicologia na prática", explica Sandra. 

As iniciativas que um diretor de felicidade tende a tomar visam o fortalecimento de um ambiente positivo, para que ele seja mais colaborativo, emocionalmente mais saudável e reduzindo fatores de estresse, como a má comunicação, ausência de reconhecimento, e problemas com a liderança.

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O trabalho de um CHO envolve auxiliar em melhorias no ambiente de trabalho, promovendo diversidade e produtividade
Foto: Imagem ilustrativa/Freepik

Quem pode ser um diretor de felicidade, ou CHO?

Para trabalhar como um diretor de felicidade, não é necessário ter uma formação específica. Os mais procurados, no entanto, são aqueles que se especializam ou têm interesse em psicologia, ou algum treinamento de liderança, e que estejam abertos a ser atuantes em processos mais humanizados e positivos.

Formada em engenharia, Patrícia Fauth se tornou CHO devido ao interesse em desenvolvimento humano. Por mais de 15 anos, ela liderou pessoas no ambiente corporativo e, atualmente, está à frente de sua própria empresa de consultoria e capacitação.

"Pela necessidade do mercado, existem certificações para quem vai ocupar esse cargo. Então, certificações de chief happiness officer que empacotam um grupo de conhecimentos que talvez já ajudem a pessoa, pincelam conhecimentos de várias dessas disciplinas", diz.

Para a especialista, há alguns pilares fundamentais na profissão: boa comunicação, flexibilidade e capacitação. Isso porque o profissional desta área precisa dialogar com todos os tipos de funcionários em uma empresa, e ainda receber treinamento específico para exercer a função corretamente.

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A função de um CHO também está ligada aos pilares de ESG, sigla que vem do inglês e significa Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), segundo as duas especialistas. Para Sandra, a ligação está justamente na questão social, de promover a diversidade e inclusão. “O CHO, ele fortalece esse componente social ao implementar as práticas que valorizam o bem-estar humano, que promovem diversidade, impulsionamento, engajamento e produtividade, e se conecta a todos os pilares”.

Importância no mercado de trabalho

Com o aumento da valorização da saúde mental dos funcionários dentro de uma empresa, a tendência é que o cargo de diretor de felicidade cresça nos próximos anos. Fora do Brasil, países como a Dinamarca e Alemanha já investem nestes profissionais. Por aqui, a novidade pode ser vista em algumas grandes empresas.

Segundo Patrícia, o profissional dessa área pode prestar serviços como um consultor avulso para várias empresas, ou pode ser contratado integralmente. Empresas como a Heineken e a Chilli Beans já possuem profissionais fixos nesta função, por exemplo.

A professora de Liderança e Inteligência Emocional da ESPM, Lilian Cidreira, acredita que o cargo de CHO está dentro do escopo de Recursos Humanos (RH). Por isso, também pode ser chamado de “diretor de cultura” dentro da empresa.

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“Eu tenho agora um profissional que não fica preocupado só em colocar amenidades, mas sim uma pessoa que tem uma dedicação no dia a dia dele de trabalho por entender a cultura daquele ambiente e criar uma cultura onde as pessoas se sentem felizes trabalhando ali”, comenta.

Para a professora, a profissão está em alta e deve crescer cada vez mais. “A pandemia criou essa demanda, sofisticou essa demanda”, considera Lilian.

Fonte: Redação Terra
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