O ramo de ESG no agro tem crescido com a demanda de mercado por práticas mais sustentáveis. Os profissionais que se debruçam em temas socioambientais podem receber salários de até R$ 20 mil reais.
Uma realidade do mercado corporativo, as práticas de ESG (do inglês, traduzido como Ambiental, Social e Governança) chegaram a um setor ainda visto como "vilão" do meio-ambiente. Cada vez mais empresas do agro abrem espaço para profissionais preocupados em aliar eficácia e sustentabilidade nas operações.
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Thaís Macedo, responsável por Relações com Investidores/ESG da Caramuru, lista os fatores aos quais profissionais como ela se debruçam.
"O profissional de ESG tem como compromisso apoiar e influenciar seus parceiros agrícolas no desenvolvimento de práticas sustentáveis, gestão do uso da terra, conservação de água, manejo de resíduos e redução da emissão de gases de efeito, e garantindo o acesso contínuo aos mercados", explica.
A especialista explica que essa é uma preocupação relevante no mercado agrícola, que tenta se destacar do ponto de vista da responsabilidade social corporativa e governança. Assim, surge também uma oportunidade de atuação para profissionais que queiram se especializar em ESG.
Com a exigência do mercado por práticas mais sustentáveis, a demanda por especialistas em ESG aumenta, nas diferentes etapas do ciclo do negócio.
"Cada dia mais a gente que conhece muitos empreendimentos rurais, sejam fazendas, agroindústrias, exportadores de commodities, bancos que emprestam ou financiam o agro… Em todos esses segmentos, a gente tem visto uma demanda por profissionais do ESG", afirma o gerente de Cadeias Agropecuárias do Imaflora, Eduardo Trevisan.
ESG no agro paga bem?
Apesar da demanda por profissionais, o ESG ainda é novidade para muitas corporações e para o mercado de ensino. Estudar, portanto, é o segredo para construir uma carreira nesse ramo. Não há um curso de graduação específico para isso, de modo que pessoas graduadas em diferentes áreas do conhecimento podem se especializar em ESG.
A especialização vem dos cursos de pós-graduação, como cursos profissionalizantes, MBAs e pós-graduação. A analista ambiental Andressa Silva, que trabalhou por dois anos com ESG no agro e hoje migrou para o setor de energia, indica os cursos do IBMEC e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) como referências entre os especialistas.
"O Brasil tem se mostrado bastante proativo neste tema, sendo possível encontrar diversos cursos na área", acrcescenta.
E o investimento nessa área vale a pena, segundo os profissionais ouvidos pelo Terra. A média salarial de quem trabalha com ESG varia entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.
"A remuneração é variável, podendo chegar a mais de R$ 20 mil em cargos de liderança. Sua variação depende de diversos fatores, tais como: a regionalidade, formação acadêmica, nível de especialização, tempo de carreira e até mesmo o porte da empresa", destaca Andressa Silva.
Além do salário, especialistas em ESG também encontram satisfação profissional pelo que seu trabalho representa em toda a cadeia produtiva. A rotina é repleta de relatórios e reports sobre sustentabilidade, emissão de gases de efeito estufa e das metas de ESG em geral, especialmente no momento de mudanças climáticas extremas.
Por outro lado, Thaís Macedo celebra quando vê, materializada nas ações, todas as estratégias definidas em prol da sustentabilidade na empresa onde atua.
"Um exemplo é entregar um relatório anual de sustentabilidade, mostrando que o tema percorreu por todos os processos da companhia e que faz parte da rotina de todos, e não apenas de uma equipe", afirma.