Ex-chefe da PRF que usa tornozeleira eletrônica é nomeado secretário municipal com salário de R$ 18 mil

Silvinei Vasques, apoiador de Bolsonaro, foi preso preventivamente em investigação sobre interferência nas eleições de 2022

9 jan 2025 - 17h48
(atualizado às 18h56)
Foto: Reprodução/Instagram/@vasques75

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, que comandou a corporação no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e foi preso preventivamente em investigação sobre interferência nas eleições de 2022, foi nomeado secretário municipal de São José, em Santa Catarina. Desde agosto, Silvinei usa tornozeleira eletrônica. No cargo, terá salário bruto de R$ 18 mil.

Ele foi nomeado Secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SM), com lotação na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação. O cargo foi oficializado em decreto publicado na segunda-feira, 6, no Diário Oficial da cidade, pelo prefeito Orvino Coelho de Ávila (PSD). Tanto o agora secretário, quanto o prefeito, são apoiadores de Jair Bolsonaro.

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No portal da transparência de São José, de acordo com atualização referente a novembro do ano passado, o salário bruto deste cargo é de R$ 18.477,85. O valor, apurado pelo Terra, é o mesmo recebido para outros cargos de secretário, como, por exemplo, nas pastas de Saúde, Infraestrutura e Administração.

Nas redes sociais, o prefeito Orvino publicou uma foto ao lado de Silvinei com a legenda: “Seja bem-vindo, meu amigo. É uma honra ter você no nosso time!”.

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Paranaense, Vasques entrou na PRF em 1995. Nesse período, foi coordenador-geral de operações e secretário municipal de segurança e defesa social de São José (SC). Além disso, foi superintendente da PRF em SC e superintendente da PRF no RJ.

Ele assumiu o posto de diretor-geral da PRF em abril de 2021, quando o então presidente Jair Bolsonaro deu posse a Anderson Torres no Ministério da Justiça. Vasques se aposentou em dezembro 2022, aos 47 anos. 

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Em 2023, ele foi preso preventivamente na Operação Constituição Cidadã, sobre suposta interferência no segundo turno das eleições de 2022. Silvinei é alvo de investigação pelas blitzes da PRF no dia da votação e pela conduta omissa nos bloqueios de rodovias após Lula ser eleito. Também é acusado de improbidade administrativa e uso indevido do cargo para beneficiar a candidatura de Bolsonaro.

Às vésperas do 2º turno, Vasques chegou a usar sua conta em uma rede social para pedir voto para Bolsonaro. Antes do 1º turno, ele presenteou o ex-ministro da Justiça Torres com uma camisa do Flamengo com o número 22, usado por Bolsonaro nas urnas.

Fonte: Redação Terra
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