O trabalho remoto chegou ao fim?

O desafio de encontrar o formato adequado à realidade de cada empresa

7 nov 2023 - 16h53
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A pandemia deixou de ser uma emergência de saúde pública global e estamos todos em processo de colher os aprendizados e desenhar o futuro, em um mundo que nunca mais será o mesmo. Um dos temas que mais me interessa é entender como serão as práticas de trabalho em um futuro próximo.

O trabalho remoto trouxe inúmeras vantagens, como flexibilidade de horários e redução de deslocamentos, mas também impôs novos desafios, especialmente no que diz respeito à construção da cultura organizacional e à importância do trabalho em equipe.

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Uma cultura organizacional sólida é fundamental para unificar os valores, objetivos e identidade de uma empresa. No entanto, pode ser mais desafiador criar e manter essa cultura no trabalho remoto, uma vez que a interação face a face é limitada, o que pode levar a uma fragmentação dos valores da empresa entre os colaboradores. Sem a atmosfera compartilhada do escritório, a coesão cultural pode se deteriorar, impactando negativamente a identificação dos funcionários com a empresa e a visão comum.

Além disso, o trabalho em equipe, muitas vezes essencial para o sucesso de projetos e para a inovação, também pode ser impactado nesse contexto. A colaboração e a troca de ideias requerem mais atenção quando as equipes estão geograficamente dispersas. A falta de contato direto pode levar a problemas de comunicação, mal-entendidos e, em última instância, a uma diminuição na eficiência e qualidade do trabalho em equipe. É importante que as empresas adotem estratégias proativas para promover a colaboração, investindo em ferramentas de comunicação eficazes e incentivando práticas que fortaleçam o trabalho em equipe, mesmo quando colaboradores estão separados por distâncias físicas.

Tenho ouvido de vários líderes que a nova realidade é remota. Tenho visto também diversas tentativas de criar regras para o trabalho híbrido e algumas empresas já começam a falar de voltar para um cenário totalmente presencial. Em última análise, a decisão de adotar ou não o trabalho presencial deve ser baseada nas necessidades e na cultura específica de cada empresa, bem como nas preferências e circunstâncias individuais dos funcionários. Muitas organizações estão tentando modelos diversos que combinam o melhor dos dois mundos para atender às demandas em constante evolução do mercado de trabalho.

Compartilho abaixo alguns pontos que acredito que os líderes devem levar em conta para definir o modelo ideal para sua organização:

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Construção de relações pessoais

Quem opta pelo trabalho presencial possibilita que os funcionários construam relacionamentos pessoais mais fortes com colegas, o que pode melhorar a colaboração, a comunicação e a coesão da equipe. A interação face a face facilita a resolução de conflitos e o desenvolvimento de laços de confiança.

Cultura organizacional

O trabalho presencial é uma oportunidade para a construção e a preservação da cultura organizacional. Os funcionários que compartilham o mesmo espaço físico têm a oportunidade de absorver os valores, a missão e a visão da empresa de maneira mais rápida e eficaz.

Interação espontânea

Interações espontâneas e informais entre colegas muitas vezes levam a ideias criativas, soluções inovadoras e aprendizado mútuo. Isso é possível em modelos de trabalho que garantam um tempo para a equipe trabalhar no mesmo local.

Supervisão e gerenciamento

Os gerentes podem supervisionar e monitorar o desempenho dos funcionários de maneira mais direta e imediata no ambiente de trabalho presencial. Isso facilita o acompanhamento do progresso dos projetos e a identificação de áreas que precisam de melhorias.

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Deslocamentos e tempo

O tempo gasto em deslocamentos diários pode ser significativo e impactar negativamente o equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos funcionários. Modelos de trabalho remoto ou híbrido podem diminuir o estresse comum nas grandes cidades.

Limitações geográficas

O modelo de trabalho remoto possibilita que as empresas possam recrutar talentos em locais distantes. Isso potencializa a diversidade da força de trabalho e torna possível a contratação de especialistas em áreas específicas.


Custos operacionais

Manter escritórios físicos envolve despesas significativas, incluindo aluguel, serviços públicos e manutenção. Para muitas empresas, o trabalho remoto pode ser uma alternativa mais econômica.


Obrigado ao Maurice Max que contribuiu com as ideias para esta coluna.

CEO da plataforma de educação e empregabilidade Vivae, criada a partir de uma parceria da Vivo e da Ânima Educação. Antes da Vivae, Alexandre foi CEO da Casa do Saber. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra.
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