Um homem de 27 anos perdeu o emprego em uma fábrica de refrigerantes em Rondônia após servir a bebida do concorrente no aniversário de dois anos do filho. A demissão ocorreu um dia depois de Keoma Messias de Oliveira postar em uma rede social a foto em que aparece o refrigerante. Ele conseguiu a indenização de R$ 7 mil e a empresa concorrente rival o contratou.
Em entrevista ao Terra, ele contou que trabalhava na Frisky como operador de máquinas de rótulos. No dia do aniversário de seu filho Oliver, em 13 de fevereiro, não tinha preparado nada, mas quando chegou do expediente, deparou-se com a festa surpresa que sua irmã fez para o menino.
“Eu estava até meio triste, porque nem ia fazer nada. Então a minha irmã comprou, eu não escolhi nada”, explica. A festa ocorreu normalmente. Em determinado momento, ele tirou uma foto ao lado da esposa e do filho, em que aparece o refrigerante da marca Dydyo. O retrato da celebração em família foi postado no status do Whatsapp de Keoma e rodou a empresa.
“Circulou por algum grupo da empresa e alguém fez essa foto chegar no no no dono. Aí no dia seguinte ocorreu a minha demissão. Então, eu fui chamado no RH e falaram que estava tendo corte, mudança no quadro de funcionário e tudo mais. Porém, só eu fui mandado embora”, esclarece.
Processo
Pouco depois da demissão, o ex-funcionário entrou com um processo no Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (TRT-14), alegando que foi mandado embora por motivo fútil e discriminatório, pedindo indenização por danos morais.
Em depoimento, uma funcionária afirmou que em janeiro houve reunião com a diretoria, que decidiu fazer a redução do quadro de funcionários. Segundo ela, o nome de Keoma foi trazido em relatório para o RH em fevereiro.
No entanto, o juiz Luciano Henrique da Silva salientou que não foi apresentada pela defesa documentos a respeito dos fatos ditos pela funcionária, e que “sequer houve alegação específica da defesa sobre o motivo da dispensa do reclamante”, pois a contestação somente menciona o direito abstrato de demitir e admitir”.
Diante da situação, decidiu que a empresa Frisky terá de pagar R$ 7 mil de indenização. O caso ainda cabe recurso. O Terra tentou contato com a empresa e também o representante legal dela, mas até o momento, não teve retorno. O espaço permanece aberto para manifestações.
Contratação
Depois de toda a situação que passou, Keoma foi chamado para conhecer a empresa Dydyo nos últimos dias, e recebeu o convite para trabalhar na fábrica, localizada em Porto Velho, a 195 quilômetros de Ariquemes, onde mora com a família. Nesta segunda-feira, 17, ele fez o exame admissional e ainda levará os documentos para começar em breve no novo emprego.
“A estrutura é de outro nível [da empresa]. Estou animado demais. É uma nova etapa profissional que se inicia. Quero estar lá porque eu mereço, quero mostrar que tenho valor trabalhando”, finaliza.