Cansaço excessivo, estresse e esgotamento emocional. Sintomas que a publicitária Isabella Ferraz, de 25 anos, contou ter sentido após retornar ao trabalho presencial em Belo Horizonte, Minas Gerais. Preocupada com sua saúde, ela decidiu procurar um médico e, para sua surpresa, recebeu o diagnóstico de Síndrome de Burnout.
"Foi em 2022 e faz pouco mais de um ano. Retornei ao presencial depois da pandemia e comecei a chegar em casa exausta, estressada. Foi só piorando, chegava o fim de semana e eu só queria dormir. Depois de alguns meses decidi ir ao médico e ela me disse que estava com Burnout", relata.
Funcionária de uma agência de publicidade, ela conta que demorou a perceber os sinais da Síndrome de Burnout.
"Acreditava que esses sintomas eram apenas uma consequência do dia a dia agitado da profissão. Foram meses sem perceber que tinha essa síndrome", relembra.
O que é a Síndrome de Burnout?
O relato de Isabella reflete uma realidade comum a aproximadamente 30% dos trabalhadores no País, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). Esse transtorno clínico, no entanto, não se limita ao Brasil, e é um fenômeno global.
Por esse motivo, em janeiro do ano passado a síndrome de Burnout foi reconhecida como uma condição de saúde mental relacionada ao trabalho, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, esse transtorno psicológico afeta não apenas a mente, mas também o corpo.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, os sintomas que caracterizam essa condição são exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, que surgem como resultado de situações de trabalho desgastantes, de alta competitividade e responsabilidade. Ainda segundo a pasta, o principal fator desencadeante dessa doença é justamente o excesso de trabalho.
O que pode desencadear o burnout?
Certas condições no ambiente de trabalho podem desencadear a Síndrome de Burnout. Entre elas:
- Excesso de trabalho;
- Situações nocivas;
- Insegurança psicológica;
- Assédios;
- Relacionamentos tóxicos com colegas e gestores;
- Pressão desmedida por resultados.
Para Isabella, foi justamente o excesso de trabalho somado ao ambiente competitivo que desencadeou a Síndrome de Burnout.
"Foi logo depois da pandemia e do isolamento. Acho que isso contribuiu. Era muito trabalho e todo mundo querendo mostrar serviço. Também tinha medo de perder o emprego. O ambiente ficou tóxico", disse.
Sintomas do Burnout
Conforme informado pelo Ministério da Saúde, a Síndrome de Burnout manifesta-se por meio de nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físicos, como dores abdominais, fadiga intensa e tonturas. Os principais sinais e sintomas que podem ser indicativos da Síndrome de Burnout são:
- Cansaço excessivo, físico e mental;
- Dor de cabeça frequente;
- Alterações no apetite;
- Insônia;
- Dificuldades de concentração;
- Sentimentos de fracasso e insegurança;
- Negatividade constante;
- Sentimentos de derrota e desesperança;
- Sentimentos de incompetência;
- Alterações repentinas de humor;
- Isolamento;
- Fadiga;
- Pressão alta;
- Dores musculares;
- Problemas gastrointestinais;
- Alteração nos batimentos cardíacos.
Como tratar o Burnout
Assim como recomenda o Ministério da Saúde, a publicitária Isabella Ferraz recorreu à psicoterapia para tratar a Síndrome de Burnout. Ela já tem percebido melhoras na sua condição.
"Melhorei muito desde que comecei nas sessões de terapia. Me sinto mais calma e estou lidando melhor com a situação. Os sintomas também diminuíram bastante", conta.
O Ministério da Saúde recomenda como tratamento do Burnout:
- Psicoterapia, com psicólogos e psiquiatras;
- Prática de exercícios físicos;
- Alimentação balanceada;
- Rotina de sono adequada.
Como evitar o Burnout
Para prevenir a Síndrome de Burnout, é fundamental adotar estratégias que reduzam o estresse e a pressão no ambiente de trabalho. Veja algumas dicas a seguir:
Estabelecer limites - Definir limites claros entre o trabalho e a vida pessoal, com horários adequados de descanso e lazer;
Praticar o autocuidado - Dedicar tempo para cuidar da saúde física e mental, por meio de exercícios físicos, alimentação equilibrada, sono adequado e hobbies;
Estabelecer prioridades - Organizar as tarefas de forma eficiente, estabelecendo prioridades e delegando responsabilidades quando necessário;
Promover um ambiente saudável - Fomentar uma cultura organizacional que valorize o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, incentivando pausas, momentos de relaxamento e apoio mútuo entre os colaboradores.