Artistas como MC Kevinho, Luísa Sonza, Xamã, Dilsinho, Ferrugem e Xande de Pilares têm não só o reconhecimento nacional e a contribuição à música brasileira em comum. Todos eles, além de outros famosos, são juridicamente representados pelo advogado José Estevam Macedo Lima, que ficou conhecido como o 'Xerife das Redes Sociais'. O apelido veio dos próprios fãs dos artistas que ele ajuda a enfrentar crises de imagem na internet.
Ao Terra, Macedo Lima explica que o ramo do que chama de "Advocacia do Entretenimento" busca desmentir a ideia de que a internet e as redes sociais são uma "terra sem lei", um lugar onde a pessoa pode "ficar escondida atrás de um perfil falso".
"É um gerenciamento de crise que parte da derrubada de perfis falsos, que fazem ataques e até ameaças de morte, ao combate de fake news, notícias falsas, e até tentativas de censura e liberdade de expressão dos artistas", explica o advogado.
Atuação é 'multidisciplinar'
Formado em 1999 pela PUC do Rio de Janeiro, Macedo Lima conta que já atuou no Direito Penal, no Direito Civil e até no Tributário. Essa visão "multidisciplinar" deu a base que ele precisa para exercer o trabalho que na área em que está, pelo menos desde 2001.
Tudo começou quando atuava com uma produtora que representava nomes reconhecidos no cenário nacional, como a banda O Rappa. A partir disso, o advogado passou a se aprofundar na defesa de artistas e pessoas públicas. Segundo ele, o aumento do uso das redes sociais dificultou o trabalho no decorrer dos anos.
"Esse 'boom' da internet atinge cada vez mais pessoas. A gente tinha crises de imagem antes, mas elas não tinham uma velocidade destrutiva. Elas demoravam a acontecer, dependiam das tiragens dos jornais. Hoje, é instantâneo e atinge milhões de pessoas em diferentes territórios", conta.
Dentre os trabalhos mais complexos, Macedo Lima cita casos que envolvem disseminação de mentiras, violações de direitos autorais e processos que envolvem a "liberdade de manifestação do pensamento".
"É quando a liberdade de expressão artística é criminalizada, quando uma letra acaba sendo vista como criminosa e o artista está apenas exercendo seu direito ao trabalho. Esses casos são verdadeiras aberrações jurídicas", critica o advogado, sem citar exemplos.
Confiança e respeito são imprescindíveis
O trabalho do advogado de uma pessoa pública que passa por uma crise de imagem começa na identificação da origem dessa crise, explica Macedo Lima. Se o problema envolver uma questão judicial, como fake news, o trabalho consiste em auxiliar o artista a se posicionar e combater possíveis ataques.
"Quando acontecem esses ataques, que partem de pessoas com a intenção de prejudicar, a gente entra com ações judiciais, através de uma queixa-crime. Se o crime foi uma calúnia ou difamação, ingressamos com uma ação penal privada, sempre buscando retirar aquele conteúdo danoso da rede", explica o advogado.
Para atuar com famosos e pessoas públicas, Macedo Lima explica que a confiança e o respeito são imprecindíveis.
"A gente tem que sempre respeitar o próximo, não invadir a área de intimidade. O artista sempre respeita o advogado e vice-versa, porque toda relação envolve muita confiança. A gente enfrenta qualquer tipo de situação juntos", destaca.
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