Kylee Majkowski é diretora executiva (CEO, sigla em inglês para Chief Executive Officer) da Tomorrow’s Lemonade Stand (TLS), uma comunidade que ensina empreendedorismo a crianças de sete a 11 anos. Ela está participando da produção de um reality show sobre crianças empreendedoras para a NBC, rede de televisão norte-americana, viaja pelos Estados Unidos participando de painéis sobre empreendedorismo infantil e, agora, desembarca em Porto Alegre (RS) para participar, nesta terça-feira (14), do Fórum da Liberdade. Kylee tem 10 anos, está na quinta série e mora em Washington D.C., capital dos Estados Unidos, com a mãe, o pai e o irmão mais novo. Em videoconferência, Kylee falou ao Terra sobre sua experiência.
A Tomorrow’s Lemonade Stand (Barraquinha de limonada do amanhã, em tradução literal) foi fundada por Kylee e pela mãe dela, Amanda Antico - que é empreendedora e proprietária de uma consultoria de negócios, mas brinca ser agente dos filhos nas horas vagas.
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O programa da TLS é composto por três temporadas, e cada uma tem entre oito e 10 semanas de duração. Nele, a criança aprende a desenvolver ideias de negócios e, ao fim do ciclo, apresenta sua ideia para empreendedores locais.
Hoje, são mais de quarenta afterschool clubs, clubes onde as crianças aprendem com adultos que se dispõem a ensinar sobre empreendedorismo, fora do horário escolar. Os participantes também podem fazer login no site do TLS e ganhar badges (algo como um emblema de reconhecimento) online, conforme o progresso no ciclo.
“Os adultos se voluntariam, e nós analisamos quais são as vivências deles com empreendedorismo para saber se podem ensinar às crianças. Ensinamos o básico de empreendedorismo, criatividade, risco e paixão”, explica Kylee.
A história do TLS começou quando Kylee tinha sete anos. “Meus pais me levavam para os trabalhos deles e eu via o que as pessoas faziam. Todas essas pessoas, nesses cubículos de escritório pequeninhos, tendo reuniões, e eu pensei: espera, por que não estou aprendendo essas coisas na escola?”.
Ela conta que, nessa época, criou a LLIFTE (Little Ladies Inventing Fun Through Entrepreneurship - Pequenas damas inventando diversão através do empreendedorismo, em tradução literal), um grupo de meninas que se reunia depois do horário da escola para aprender empreendedorismo. Para incluir os meninos, a marca se reinventou e teve seu nome alterado para Tomorrow’s Lemonade Stand.
Até o irmão de Kylee, Tyler, entrou para o projeto. Ele tem sete anos e tentou fundar uma empresa com um amigo, mas Kylee diz que o negócio não foi adiante. “Eles não trabalhavam muito. Eu e minhas amigas ficávamos no andar de cima da casa com a nossa companhia, fazendo logos, slogans, definindo públicos, e quando descíamos para ver o que eles tinham feito… eles não tinham feito muita coisa”, conta, aos risos.
Kylee diz se dar bem com o irmão, exceto quando ele diz que ela não sabe de nada. “Meu irmão diz que eu sou uma pequena pessoa de negócios. As outras pessoas falam ‘minha irmã tem 21 anos e está na faculdade!’ e ele sempre diz ‘minha irmã é uma pequena pessoa de negócios!’”.
Além de diretora executiva da sua própria companhia, Kylee adora fazer compras e, em seu tempo livre, gosta de andar de roller, ler e ver televisão. “Agora estou lendo a série Harry Potter, mas antes estava lendo a série O Diário da Princesa. Também gosto bastante de Jogos Vorazes e terminei há pouco a série Divergente”.
Na televisão, os canais preferidos são Disney Channel e Cartoon Network. “Eu gostava bastante de Os jovens titãs, mas a versão nova deu uma emburrecida. Tenho um pouco de vergonha de gostar”, confessa. O Incrível Mundo de Gumball e Hora da Aventura também estão entre os preferidos. “O que eu gosto em Hora da Aventura é que se você presta atenção, encontra lições de vida nas histórias, que você pode levar adiante”, diz.
Na escola, ela não se dá bem com a matemática. “Matemática… eu odeio matemática! Eu não sou ruim em matemática, consigo me virar, mas é tão confuso!”. Mas Kylee, perguntamos, você não precisa de matemática para ser uma empreendedora? “Sim, mas quando uso matemática no TLS, eu vejo o motivo, entendo para que serve, é para alguma coisa, então é divertido”.
Em casa, ela não admite ser uma “boa menina” e garante ser normal. “Não posso dizer que sou uma boa filha. Eu escondo coisas dos meus pais. Um dia eu escondi algo e meus pais descobriram às quatro e meia da manhã, então, não foi muito bonito. Sou uma criança normal. Alguns dias eles me amam, outros eles acham que sou muito mimada”, relata.
Respondendo à pergunta “o que você quer fazer no futuro?”, ela brinca: “Eu não consigo dormir pensando nisso. Sério. Quero terminar a escola e ir para a Universidade de Princeton. Quero estudar algo que me permita viajar bastante, quero viajar muito e conhecer novos lugares”. A ida a Porto Alegre para o Fórum da Liberdade é o início da realização, ao menos em parte, desse sonho: Kylee ainda não conhece a América do Sul.