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Com maior falta de médicos no País, MA tem protesto contra "importação"

3 jul 2013 - 18h03
(atualizado às 20h20)

Os médicos de São Luís fizeram uma grande manifestação na manhã desta segunda-feira. A concentração dos manifestantes na capital maranhense iniciou na Praça Deodoro, centro de São Luís, em frente à Biblioteca Benedito Leite. De lá, os médicos partiram para a porta do Palácio dos Leões, sede do governo do Estado do Maranhão. A mobilização é contra a proposta da presidente Dilma Rousseff (PT) de contratar médicos estrangeiros para atuar em áreas com falta de profissionais da saúde no Brasil.

O Maranhão ocupa o último lugar na relação médico/habitante no País. O Estado possui 0,7 médicos por 1 mil habitantes,  quando a média nacional é de dois médicos por 1 mil habitantes.  A especialização no Estado também é baixa. Apenas 37,4% dos médicos que atuam no Maranhão são especialistas, um dos mais baixos do Brasil.

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A categoria paralisou as atividades durante a manifestação, exceto os que trabalham em urgência e emergência. Os manifestantes foram de jaleco e levaram cartazes, que falavam sobre o problema da falta de estrutura e a necessidade da carreira médica para atender a demanda. Os médicos entoaram gritos pedindo plano de carreira para os médicos e estrutura para atender a demanda. Uma das faixas dizia: "causa mortis: má gestão", fazendo referência à gestão público sobre a saúde como principal problema, e não a falta de médicos. 

Ao longo do trajeto, os médicos usaram apitos. Em frente ao Palácio do governo. “É preciso também pensar na preparação de concurso público para encaminhamento de médicos que possam atuar em cidades cuja demanda não é suficiente para atender a população. Temos uma péssima estrutura e eles colocam a culpa nos médicos”, disse o presidente do Sindicato dos Médicos do Maranhão, Carlos Alberto Frias.

De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Maranhão, no Estado o protesto é também pela baixa remuneração dada pelo SUS e por planos de saúde, condições de trabalho inadequadas e a falta de infraestrutura nos hospitais. 

Médicos fazem paralisação

Todos os Estados têm manifestações de médicos marcadas para esta quarta-feira. As entidades deixaram claro que os atendimentos de urgência e emergência funcionarão normalmente. Para os médicos, o País tem número suficiente de profissionais para suprir a demanda, e se houvesse uma estruturação das unidades de saúde e a criação de uma carreira, os vazios assistenciais seriam preenchidos.

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Médicos e estudantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, contra a proposta do governo de trazer profissionais da saúde do exterior
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

O Ministério da Saúde anunciou, no dia 25 de junho, que criará 35 mil vagas para médicos no Sistema Único de Saúde (SUS) até 2015. De acordo com a pasta, serão contratados profissionais que se formaram no exterior para ocupar os postos que não forem preenchidos por médicos com diplomas brasileiros.

O plano do governo é criar programas de autorização especial para que os profissionais que se formaram fora do País só possam atuar na atenção básica, nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades. Caso sejam aprovados no Revalida, esses médicos terão liberdade de trabalhar em qualquer lugar do País.

Fonte: Especial para Terra
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