Crianças não deveriam usar muitos aparelhos eletrônicos até os 12 anos, porque o uso excessivo desses dispositivos “limita as conexões neurais”, diz Flávio Comim, ex-economista sênior do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
“iPad e tablets são a maneira que os pais de classe média encontraram para ver as crianças ocupadas”, afirma o educador.
Segundo Comim, as crianças têm sido educadas “em um vácuo que tem sido preenchido pela tecnologia.” Os estímulos virtuais, além de possíveis problemas neurais, podem levar também a problemas de comportamento, como à busca por satisfação imediata em tudo.
“Os pais, talvez no intuito de ajudar e maravilhados em ver os filhos operando esses aparelhos, se rendem, indefesos, a todo tipo de tecnologia. Os problemas vêm depois.”
Comim, que é um dos coordenadores do Círculo da Matemática, projeto da Universidade de Harvard, também diz que livros e brinquedos são mais recomendados para crianças do que eletrônicos, já que estes podem prejudicar a mobilidade ou trazer problemas como para diferenciar cores.