A pandemia da covid-19 não é mais uma emergência de saúde pública, mas as sequelas causadas pelo coronavírus ainda estão presentes. Além de questões físicas, o período de isolamento social causou reflexos emocionais, que refletem diretamente no setor de educação.
De acordo com a pesquisa Ouvindo a comunidade escolar: desafios e demandas da educação pública de São Paulo, realizada pelo Instituto Locomotivado em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, 95% dos estudantes retornaram às aulas presenciais se queixando de dificuldade de concentração e menor participação em sala.
É praticamente unânime entre estudantes, professores e familiares que o "ensino à distância durante a pandemia provocou grandes perdas de aprendizado". O papel da escola e dos educadores ganhou maior importância após a chegada da covid-19.
A lotação das salas de aulas é outro ponto de preocupação. Para 79% dos professores e 66% dos estudantes, as turmas estão mais alunos do que o máximo ideal. Eles apontam que é necessário investir na valorização dos educadores para melhorar a qualidade do ensino.
Além disso, a falta de motivação, falta de segurança e aprovação automática são algumas das principais queixas da comunidade escolar, com ainda mais ênfase nas periferias.
O levantamento foi realizado com 1.100 mil professores da rede estadual, 1.250 mil estudantes a partir de 14 anos e 1.250 mil familiares dos estudantes em todas as regiões do Estado de São Paulo. Os resultados foram coletados entre 30 de janeiro a 21 de fevereiro de 2023.