Dono de 43 medalhas em olimpíadas, brasileiro conquista ouro em competição de astronomia

Rafael Joaquim Parra garantiu o 1º lugar entre os participantes do Brasil e o 2º melhor desempenho do mundo no torneio internacional

21 ago 2024 - 05h00
Com apenas 17 anos, Rafael Joaquim Parra já é dono de 43 medalhas em olimpíadas
Com apenas 17 anos, Rafael Joaquim Parra já é dono de 43 medalhas em olimpíadas
Foto: Arquivo pessoal

Com apenas 17 anos, Rafael Joaquim Parra já é dono de 43 medalhas em olimpíadas de várias áreas do conhecimento, como química, biologia, física, matemática, geografia, astronomia, informática e robótica. Em sua última conquista, o estudante brasileiro levou para casa a medalha de ouro na Competição Internacional de Astronomia e Astrofísica (IAAC, na sigla em inglês), na modalidade júnior, que é destinada para menores de 18 anos.

Ao conquistar a medalha de ouro em junho, Rafael garantiu o 1º lugar entre os participantes do Brasil, o 2º melhor desempenho do mundo no torneio e uma premiação de US$ 100 (cerca de R$ 550, na cotação atual). Feliz com a medalha, o estudante afirma que ficou surpreso com o resultado, especialmente com o seu desempenho na etapa final, em que gabaritou a prova.

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"Foi muito significativo para mim. Ainda que eu acreditasse ter ido realmente bem durante a competição como um todo, foi uma das melhores surpresas possíveis esse resultado ao fim", contou, em entrevista ao Terra.

Segundo Rafael, a astronomia é muito fascinante e uma das ciências que mais chamam a sua atenção.

"Representa para mim a forma que nós temos para compreender toda a infinitude do universo, tornando evidente o nosso pequeno tamanho em relação ao todo que nos cerca. Essa possibilidade de conhecer melhor os mais belos e imponentes eventos do cosmos me encanta", explica o estudante.

Essa não foi a primeira vez que o jovem participou da competição. Em 2022 e 2023, Rafael competiu na IAAC e ficou com a medalha de prata nas duas ocasiões. Ele destaca que seu desempenho nos torneios anteriores o motivaram a participar neste ano e ir em busca da tão almejada medalha de ouro.

"Eu sabia que poderia ter ido melhor, pois tudo foi e sempre é decidido nos detalhes nessa competição", admite.

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Como foi o torneio

A Competição Internacional de Astronomia e Astrofísica foi realizada on-line, entre fevereiro e junho deste ano, e contou com participantes de 85 países. O torneio aconteceu totalmente em inglês e foi composto por três fases eliminatórias, envolvendo desafios de astronomia e astrofísica, matemática, conceitos interdisciplinares, habilidade em pesquisa de assuntos avançados, além de capacidade de leitura técnica e compreensão de artigos científicos.

A primeira etapa, chamada de Qualification Round, ocorreu entre 7 de fevereiro e 26 de abril. Nesse período, os participantes tiveram que responder 5 questões, sendo uma de pesquisa, três de cálculo e astrofísica, e uma dissertação de um conceito escolhido.

Já a segunda fase, a Pre-final Round, ficou disponível de 30 de maio a 2 de junho, com 6 questões. Dessas, duas eram referentes a astrofísica e cálculos mais simples, como o da primeira etapa; duas envolviam cálculo diferencial e integral, e, por fim, duas questões de estudo de um artigo científico.

A fase final das provas, o Final Round, ocorreu no dia 25 de junho. Os estudantes tiveram que resolver 20 testes em, no máximo, 20 minutos.

"As questões abordaram os temas tratados no Qualification Round e Pre-Final Round, além de serem exigidos conhecimentos sobre fatos e curiosidades relacionadas à astronomia em geral", conta Rafael. 

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Outras competições

A participação do jovem em torneios não é de agora. A caminhada do estudante no mundo científico começou quando ele estava no 6º ano do Ensino Fundamental e lhe rendeu mais de 40 medalhas nos últimos anos. Hoje, ele cursa a 3ª série do Ensino Médio do Colégio Objetivo Integrado, na capital paulista.

Outra importante conquista que ele ressalta é a medalha de ouro na Olimpíada de Química do Estado de São Paulo (OQSP), na qual foi classificado entre os três melhores estudantes da 3ª série do Ensino Médio.

"Foi uma recompensa incrível pelo meu esforço", diz. De acordo com Rafael, a participação na OQSP fez com que ele quisesse se aprofundar ainda mais no tema e seguir carreira na química. 

"Sempre fui muito interessado em ciências da natureza como um todo, possuindo uma incansável curiosidade de entender por que as coisas são como são em nosso universo. E a química se mostrou com o tempo o caminho mais natural, por ser entre essas, na minha visão, a ciência que melhor se conecta com todas as demais, afinal seu objeto de estudo é a matéria e energia, e tudo é matéria e energia", conta.

"Ao me aprofundar na química, minha compreensão sobre tudo ao meu redor tem cada vez evoluído mais, uma profunda satisfação que dá significado maior para o meu estudo", acrescenta.

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E as competições não param por aqui. Rafael já se prepara para outra que ocorrerá em poucos meses. Em outubro, o jovem competirá na Olimpíada Iberoamericana de Química (OIAQ), que será realizada na Costa Rica. Ele garantiu a vaga após ficar entre os oito primeiros na Fase VI da Olimpíada Brasileira de Química.

"Minha expectativa para a competição é imensa. O Brasil tem um retrospecto excelente na OIAQ. Isso, junto da bagagem que eu acumulei ao participar da IMChO [Olimpíada Internacional de Química de Mendeleev] e das seletivas para internacionais de química, alimenta minha esperança de trazer um resultado expressivo", afirma o estudante.

Fonte: Redação Terra
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