Ponto central de um dos pactos anunciados pela presidente Dilma Rousseff na segunda-feira, a contratação de médicos estrangeiros não é uma proposta nova. Em 1999, José Serra, então ministro, defendia a vinda de cubanos para atender as regiões com maior falta de profissionais da saúde.
O ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso enfrentava dificuldade para preencher as vagas do programa Saúde da Família - no qual equipes vão até casas de famílias com objetivo de tratamento e prevenção. "Para criarmos mais 15 mil equipes, como pretendemos, vamos precisar de mais 15 médicos e isso não é fácil", disse, segundo relato do Jornal de Brasília da época.
No ano seguinte, o Ministério da Saúde redigiu um decreto sobre a atuação do médico estrangeiro no País - o motivo era regulamentar a atuação dos profissionais que vinham do exterior, em especial cubanos que atuavam em cidades do Norte que sofriam com a falta de atendimento.
Conforme relata o jornal Folha de S. Paulo à época, a falta de profissionais da saúde no interior já preocupava o governo. Segundo dados do ministério, em 2000, 850 dos 5.507 municípios brasileiros não tinham nenhum médico.
Na mesma reportagem da Folha, o então presidente do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira Andrade, dizia que o problema era a falta de incentivo para o médico trabalhar no interior. "Nunca houve uma política de interiorização no Brasil", disse ao jornal. Hoje, o argumento do conselho é que falta estrutura para o médico no interior. A entidade propõe um plano de carreira para os médicos.
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